sábado, 13 de junho de 2015

Comentários de Ellen White sobre a Lição da Escola Sabatina - Sábado



Sábado
Enquanto o Sol no Ocidente tingia e dourava o Céu, o resplendor de sua glória iluminava o puro e alvo mármore das paredes do templo, pondo-lhe cintilações nas áureas colunas. Do alto do monte onde Jesus parou com Seus seguidores, apresentava ele a aparência de maciça estrutura de neve, marchetado de capitéis de ouro. À entrada do templo achava-se uma videira de ouro e prata, com verdes folhagens e maciços cachos de uvas, executados pelos mais hábeis artistas. Esse desenho representava Israel como uma próspera vinha. O ouro, a prata e verde vivo eram combinados com raro gosto e consumada maestria; enlaçando graciosamente os alvos e luzentes pilares, agarrando-se com as brilhantes gavinhas a seus dourados ornamentos, refletia o esplendor do Sol poente, resplandecendo como se o Céu lhe houvera emprestado a sua glória.
Jesus contempla a cena, e a multidão silencia suas aclamações, encantada com a súbita visão de beleza. Todos os olhos se volvem para o Salvador, esperando ver-Lhe no semblante a admiração por eles próprios experimentada. Ao contrário, no entanto, percebem-Lhe uma nuvem de tristeza. Surpreendem-se, decepcionam-se ao ver-Lhe os olhos marejados de lágrimas e o corpo a oscilar como a árvore agitada pela tempestade, enquanto uma angustiosa queixa Lhe brota dos trêmulos lábios, como irrompendo das profundezas de um coração partido. Que cena aquela que se oferecia à contemplação dos anjos! Seu bem-amado Comandante em lágrimas de angústia! Que visão para a alegre turba que, com gritos de triunfo e agitar de palmas O escoltava à gloriosa cidade, onde esperavam com ardor iria Ele em breve reinar! Jesus chorara ao pé do sepulcro de Lázaro, mas fora numa divina mágoa de simpatia para com a humana dor. Esta súbita tristeza, porém, era qual nota de lamento em meio de um grande coro triunfal. Por entre uma cena de regozijo, em que todos Lhe tributavam homenagens, o Rei de Israel Se debulhava em lágrimas; não as silenciosas lágrimas da alegria, mas pranto e gemidos de inexprimível angústia. A turba sentiu-se repentinamente tomada de tristeza. Emudeceram-lhes as aclamações. Muitos choraram, possuídos de simpatia por um pesar que não podiam compreender. [...]
Foi a vista de Jerusalém que pungiu o coração de Jesus Jerusalém, que havia rejeitado o Filho de Deus e Lhe desdenhara o amor, que recusara ser convencida por Seus poderosos milagres e estava prestes a tirar-Lhe a vida. Viu o que ela era, em sua culpa de rejeitar o Redentor, e o que poderia ter sido caso O houvesse aceitado a Ele, o único a poder-lhe curar a ferida. Viera para salvá-la; como poderia a ela renunciar? (O Desejado de Todas as Nações, p. 575, 576).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...