sábado, 4 de agosto de 2012

Do Sábado para o Domingo


Ao introduzir nosso estudo propusemos diversas questões vitais: Quais sãos as razões bíblicas e históricas para a guarda do domingo? Pode o domingo ser considerado como a legítima substituição do sábado? Pode o quarto mandamento ser corretamente citado para impor a observância do domingo? Deveria o domingo ser visto como a hora de adoraçãoem vez de o santo dia de repouso ao Senhor? Declaramos de início que para responder estas perguntas, e daí formular critérios teológicos válidos necessários para ajudar a solucionar o importante problema de generalizada profanação do domingo, é indispensável averiguar tanto a base bíblica quanto a gênese histórica desta festividade. Acreditamos que esta verificação foi justificada pela convicção cristã de que qualquer decisão atual com respeito ao dia do Senhor deve estar baseada na 
autoridade bíblica, confrontada com o desenvolvimento histórico do cristianismo primitivo. 
Tendo chegado ao final de nossa investigação histórica, resumimos seus resultados e consideramos suas implicações para as questões urgentes de hoje. Estamos cientes de que as conclusões que emergiram no curso do presente estudo, embora seja o resultado de um esforço intencionalmente honesto e objetivo, repouse ainda  em inevitável interpretação pessoal das evidências disponíveis. Será, portanto, o crivo dos críticos que finalmente corroborará ou desafiará sua validade. Todavia, permanece o fato de que nossas conclusões representam o resultado de um esforço sério que foi feito para compreender e interpretar as fontes disponíveis. 
O leitor encontrará de fato, nas páginas precedentes, extensa discussão e razões preciosas para cada declaração conclusiva que agora submetemos. 
A análise do amplo material do sábado dos Evangelhos revela, em primeiro lugar, a alta estima que o sábado possuía tanto nos círculos judaicos quanto no cristianismo primitivo. 
Mostramos que os Evangelhos testificam que, para os primeiros cristãos, como sustentam alguns, Cristo não “lançou por terra” ou “simplesmente anulou” o mandamento do sábado para pavimentar o caminho para um novo dia de adoração mas, sim que enriqueceu seu significado e função ao cumprir sua tipologia messiânica. Isto Jesus fez, não somente ao anunciar sua missão redentora como sendo o cumprimento das promessas de libertamento do tempo sabático (Lucas 4:18-21), mas também através de Seu programa de reformas sabáticas. Notamos que o Senhor agiu deliberadamente no sábado, ao contrário das prevalecentes restrições rabínicas, para revelar o verdadeiro sentido do sábado à luz de Sua obra de redenção: um dia para comemorar as bênçãos divinas da salvação, especialmente ao expressar bondade e misericórdia para com os outros. 

Para tornar o sábado um símbolo permanente de Suas bênçãos redentoras, encontramos que Cristo identificou Seu ministério sabático com aquele dos sacerdotes, cujo trabalho no Templo aos sábados era lícito em virtude de sua função redentora. Como o verdadeiro Templo e sacerdote, Cristo semelhantemente intensificou, no  sábado, Seu ministério salvador (Marcos 3:4-5; Mat. 12:1-14; João 5:17, 7:23, 9:4) para que pecadores a quem “Satanás prendia” (Lucas 13:16) pudessem experimentar e lembrar o sábado como o memorial de sua redenção. Que a comunidade apostólica compreendia este significado  expandido e função do sábado, achamos indicado não somente pelos relatos do Evangelho dos pronunciamentos e atividades de cura no sábado de Cristo, mas também por Hebreus 4 onde o sábado é apresentado como o símbolo permanente das bênçãos de salvação disponíveis a todos os crentes pela fé. 
O objeto de nosso estudo, todavia, não era traçar odesenvolvimento teológico e/ou a prática real do sábado entre os primeiros cristãos,mas sim averiguar a origem histórica da observância do domingo. Entretanto, ao examinarmos,por exemplo, os dados bíblicos e históricos com respeito à primitiva comunidade de Jerusalém visando a traços da observância do domingo, encontramos prova irresistível de que tanto os membros quanto os líderes da igreja-mãe da Cristandade [a igreja original, formada pelos apóstolos discípulos e depois pelos seguidores desses] eram em sua maioria conversos judeus profundamente ligados às observâncias religiosas judaicas tal como a guarda do sábado. Uma evidência convincente foi proporcionada pela seita dos nazarenos, um grupo descendendo diretamente da primitiva comunidade de 
Jerusalém. Estes, descobrimos, mantiveram exclusivamente a guarda do sábado depois de 70 A.D, como um de seus marcos distintivos, provando assim que mudança alguma do sábado para o domingo ocorreu entre os primitivos cristãos palestinos judeus. 
Submetemos a cuidadoso escrutínio as três passagensdo Novo Testamento (I Cor. 16:1-2; Atos 20:7-11, Apo. 1:10) geralmente citados como provas da observância do domingo em tempos apostólicos. Somos capazes de mostrar, entretanto,  que elas não proporcionam prova indicatória para a prática do culto dominical. Encontramos a primeira explícita porém tímida referência ao domingo na  Epístola de Barnabé  (cap. 15). O autor não menciona reuniões ou qualquer celebração eucarísticas, mas simplesmente que os cristãos passavam (αγοµεν) o oitavo dia regozijando, visto que representava o prolongamento do sábado escatológico ao qual está unido a memória da ressurreição. Como Barnabé viveu no tempo crucial quando o imperador Adriano (117-138 A.D.) decretou medidas rigorosas e repressivas contra os judeus, proscrevendo suas observâncias religiosas e particularmente a guarda  do sábado, verificamos se possivelmente a observância do domingo surgiu pela primeira vez naquela época. 
Descobrimos que tanto pressões externas quanto necessidades internas encorajaram muitos cristãos naquela época a romperem radicalmente com  os judeus. Externamente, o conflito existente entre os judeus e o Império tornou necessário que os cristãos desenvolvessem uma nova identidade a fim de evitar as medidas repressivas e punitivas (fiscal, militar, política e literária) dirigidas contra os judeus; internamente, a influência da sinagoga e dos cristãos judeus que insistiam na observação literal de certos regulamentos mosaicos, levaram os cristãos a romperem seus laços com os judaísmo. Para desenvolverem esta nova identidade, muitos cristãos não somente assumiam uma atitude negativa para como os  judeus como um povo, mas também substituíam observâncias religiosas judaicas características, tais como a páscoa hebraica e o 
sábado pela Páscoa dominical e o domingo semanal. Isto aparentemente serviria para cientificar as autoridades romanas de que os cristãos, libertos dos laços religiosos judaicos, representavam ao império súditos irreprocháveis. 
Diversas indicações emergiram no curso de nosso estudo corroborando esta hipótese. 
Descobrimos, por exemplo, que com Barnabé começou odesenvolvimento de um corpo de literatura “cristã” caracterizada pelo que chamamos de “diferenciação anti-judaísmo. Isto achou expressão numa reinterpretação negativa do significado e função da história e observâncias judaicas como o sábado. Mostramos que a depreciação do sábado foi conseguida por diversos meios. Muitos, como Barnabé, esvaziaram o mandamento do sábado de todo o significado temporal e obrigação, ao especular sobre a simbologia superior do domingo como o oitavo dia. 
Este foi arbitrariamente pesquisado em várias referências do Velho Testamento onde ocorre o número oito e era diversamente interpretado como representando o eterno novo mundo, o repouso dos espíritos no mundo supra celestial, a perfeição e espiritualidade, a dispensação cristã da graça, e a ressurreição de Cristo e do crente. Contra este exaltado significado do oitavo dia, o sábado como o sétimo dia foi rebaixado para representar o fim desta presente época, este mundo transitório, impureza e matéria, a dispensação da lei, e o repouso do homem na sepultura. Alguns, como Irineu, Tertuliano e Orígenes, preocupados em salvaguardar a consistência da natureza e lei de Deus, preferiram manter o sábado como símbolo eclesiástico e espiritual (a saber, perseverança no serviço de Deus durante a vida inteira e abstenção do pecado) enquanto ao 
mesmo tempo negavam sua obrigação literal. Outros, como se reflete na  Didascalia, privaram o sábado de seu valor comemorativo da Criação ao fazerem do domingo o símbolo do aniversário e renovação da velha criação. Outros ainda, como Justino, assumiam a posição mais radical, reduzindo o sábado a um sinal de reprovação divina,imposta ao povo judeu por causa de sua perversidade. Em todas estas diferentes interpretações, detecta-se uma preocupação comum em invalidar o sábado a fim de justificar a observância do domingo em seu lugar. Estes argumentos polêmicos e freqüentemente absurdos fabricados para justificar e exaltar o domingo às custas do sábado, substanciam nossa hipótese de que a observância do domingo foi introduzida num clima de controvérsia devido a uma necessidade existente de forçar um rompimento com o judaísmo. 
No decurso de nossa investigação emergiram vários fatores concomitantes sugerindo que este rompimento com o judaísmo e suas festividades  ocorreu primeiro e em maior escala, na igreja de Roma. Descobrimos, por exemplo, que em Roma a maioria dos conversos cristãos era de procedência pagã e experimentou antes dos conversos do Oriente o processo de diferenciação dos judeus. As medidas repressivas adotadas pelos romanos contra os judeus—particularmente sentidas na cidade capital—aparentemente encorajavam os membros predominantemente gentios da igreja de Roma a esclarecer às autoridades romanas sua distinção do judaísmo ao mudarem a data e o modo de observarem característicos festivais judaicos como a páscoa hebraica e o sábado que a maioria dos cristãos ainda observavam. Descobrimos, de fato, que a igreja de Roma tomou uma posição definida contra ambas as festividades.  A Páscoa Quartodecimana foi substituída 
pelo Domingo de Páscoa aparentemente na época de Adriano (117-138 A.D.), como sugere a referência de Irineu ao bispo Sixtus (de 116-126 A.D.) e pela declaração de Epifânio com relação à origem da controvérsia por volta de 135 A.D. As fontes atribuem explicitamente ao bispo de Roma o papel de pioneirismo e liderança quanto ao Domingo de Páscoa, a fim de evitar, como mais tarde declarou Constantino, “toda a participação na conduta perjura dos judeus”. A ligação íntima existente entre o Domingo de Páscoa e o domingo semanal (este era visto por muitos Pais da Igreja como uma extensão daquele) dá-nos razão para acreditar que ambas as festividades originaram-se contemporaneamente em Roma por causa  dos mesmos motivos anti-judaicos. 
Achamos apoio para esta conclusão no fato de que a  igreja de Roma rigorosamente impôs o jejum no sábado ( um costume que aparentemente originou-se no começo do segundo século como uma extensão do jejum anual do Sábado Santo) para mostrar, entre outras coisas, desprezo pelos judeus. Semelhantemente, em Roma, as celebrações eucarísticas e reuniões religiosas foram proibidas no sábado, para evitar parecerem observar o dia com os judeus. Além do mais, descobrimos que no segundo século somente o bispo romano desfrutava de autoridade eclesiástica suficiente para influenciar a maior parte da cristandade a aceitar novos costumes ou observâncias (ainda que algumas igrejas recusassem aquiescer com a instrução). 
A escolha específica do domingo como o novo dia cristão de adoração em contraposição ao sábado judaico era sugerida, contudo, não por anti-judaísmo, mas por outros fatores. Parece que o anti-judaísmo ocasionou uma depreciação e repúdio do sábado, criando assim a necessidade de procurar um novo dia de adoração; porém descobrimos as razões alhures, para a escolha específica do domingo. A propagação dos cultos do sol, que no início do segundo século ocasionaram o avanço do dia do sol à posição de primeiro dia da semana (a posição mantida anteriormente pelo dia de Saturno), orientou especialmente os cristãos conversos vindos do paganismo para o dia do Sol. A escolha do dia do Sol, contudo, foi motivada não pelo desejo de venerar o deus-Sol em seu dia, mas, evidentemente por dois diferentes fatores. Por um lado, a 
existência de uma rica tradição cristã-judaica que  associava a Divindade com o sol e a luz, aparentemente predispôs favoravelmente os cristãos  para com o dia e simbolismo do sol. Por outro lado, os cristãos perceberam, espontaneamente talvez, que o venerável dia do sol proporcionava uma simbologia adequada que poderia eficazmente comemorar e explicar ao mundo pagão dois eventos fundamentais da história da salvação—Criação e Ressurreição: “Foi neste dia que a Luz do Mundo apareceu e, neste dia que o Sol da Justiça surgiu”.
Além do mais, o domingo comemorava adequadamente tanto o início da Criação—em contra-distinção ao sábado, o memorial de seu término—e a ressurreição de Cristo, vista como o princípio de uma nova criação. Mostramos que o motivo da Ressurreição, que inicialmente não era considerada como exclusiva ou dominante, com o  tempo tornou-se realmente a razão preponderante para o culto dominical. Por último, o domingo foi escolhido visto que, sendo o oitavo dia seguinte ao sábado do sétimo dia, poderia expressar a continuação, o cumprimento e a suspensão do sábado tanto temporal quanto escatologicamente. 
O quadro então que emerge da presente investigação  é que a origem do domingo foi o resultado de efeitos recíprocos de fatores judaicos, pagãos e cristãos. O judaísmo, como já vimos, contribuiu negativa e positivamente para a ascensão do domingo. O aspecto negativo está representado pelas medidas repressivas adotadas pelos romanos contra os judeus rebeldes, bem como pela hostilidade judia para com os cristãos, que criaram a necessidade de uma separação radical cristã do judaísmo. Esta necessidade de diferenciação foi fator determinante em causar tanto o repúdio do sábado como a exigência de um novo dia de adoração. A contribuição positiva do judaísmo à ascensão do domingo achamos possivelmente (?) na orientação psicológica para o domingo derivada do calendário dos jubileus sectarianos e especialmente nas especulações apocalípticas judaicas sobre a semana cósmica. Esta última, tornou possível defender a escolha do domingo nos círculos judaicos e cristãos judaicos, pois o oitavo dia escatológico representando o eterno novo mundo, o domingo poderia ser exibido como sendo superior ao sétimo milênio terrestre simbolizado pelo sábado. 
O paganismo sugere àqueles cristãos que anteriormente tinham conhecido o dia e o culto do Sol a possibilidade de adotarem o venerável dia do  Sol como novo dia de adoração, já que sua rica simbologia levava a adorar o Verdadeiro Sol da Justiça, que naquele dia “dividiu a luz das trevas e no dia da Ressurreição separou a fé da infidelidade”.
O Cristianismo, por fim, deu justificativas teológicas para a observância do domingo ao ensinar que o dia comemorava eventos importantes tais como a inauguração da Criação, a ressurreição de Cristo e a esperança escatológica do novo mundo por vir. Parece, portanto, que fatores judaicos, pagãos e cristãos, 
ainda que de procedência diferente, fundiram-se para dar origem a uma instituição capaz de satisfazer as exigências de muitos conversos judeus e pagãos. 
À luz destas conclusões deveríamos considerar agoraaquelas questões suscitadas no princípio, com respeito à legitimidade teológica da observância do domingo e sua relevância para os cristãos hoje. Nosso estudo mostrou (esperamos que persuasivamente) que a adoção da observância do domingo em lugar do sábado não ocorreu na primitiva igreja de Jerusalém em virtude da autoridade de Cristo ou dos apóstolos, mas sim várias décadas mais tarde, aparentemente na igreja de Roma, solicitado por circunstâncias externas. As primeiras justificativas teológicas de fato não refletem um ensino orgânico bíblico apostólico, antes, argumentos polêmicos divergentes. Mesmo aqueles testemunhos bíblicos que foram tirados do Velho Testamento (referência aos números oito e um)para provarem a legitimidade e superioridade do domingo sobre o sábado eram, na maior parte, baseados em critérios injustificáveis da hermenêutica bíblica, e, conseqüentemente, foram com o tempo abandonados. 
Isto significa, para falar francamente, que a observância do domingo não repousa sobre um fundamento de teologia bíblica e/ou autoridade apostólicas, mas em fatores contributivos que buscamos identificar em nosso presente estudo. 
É digno de nota (como mostramos no capítulo IV de nossa dissertação em italiano) que a liturgia e o repouso dominical foram feitos exemplos somente gradualmente segundo o sábado judaico. De fato a implicação completa do mandamento do sábado de um repouso físico ao domingo não foi conseguido antes dos séculos quinto e sexto.
Isto corrobora nossa posição de que o domingo tornou-se o dia de repouso e culto não em virtude de um preceito apostólico mas, antes, por autoridade eclesiástica exercida particularmente pela igreja de Roma. No passado esta explicação foi considerada virtualmente por teólogos e historiadores católicos como um fato estabelecido. Tomás de Aquino, por exemplo, declara sem ambigüidade: “Na Nova Lei, a observância do dia do Senhor tomou o lugar da observância do sábado, não em virtude de preceito, mas pela instituição da igreja e o costume do povo cristão”.
Vincent J. Kelly, em sua dissertação apresentada à  Universidade Católica da América, igualmente afirma: “Alguns teólogos consideram que  Deus semelhantemente de modo direto determinou o domingo o dia de adoração na Nova Lei,que Ele mesmo explicitamente substituiu o domingo pelo sábado, porém esta teoria está agora inteiramente abandonada. Agora é geralmente tido que Deus simplesmente deu à Sua Igreja o poder para separar qualquer dia ou dias que considere apropriados como dias santos. A Igreja escolheu o domingo, o primeiro dia da semana, e no decorrer do tempo, acrescentou outros dias como santos”.
Esta tradicional reivindicação de que a Igreja de Roma tem sido a principal responsável pela instituição da observância do domingo, ainda que amplamente desafiada por recentes eruditos católicos (e protestantes), tem sido amplamente evidenciada por nossa presente investigação. Como esta conclusão afeta a legitimidade teológica e relevância da observância do domingo? Para aqueles cristãos que definem suas crenças e práticas exclusivamente pelo princípio da Reforma de  Sola Scriptura, observar o domingo como o dia do Senhor não pela autoridade da Escritura mas pela tradição da Igreja, é uma condição paradoxal. Como bem afirmou John Gilmary Shea, “O Protestantismo, ao descartar a autoridade da igreja, não tem boas razões para sua teoria do domingo, e devia logicamente guardar o sábado como dia de repouso”.
Contudo, um dilema há também para a Igreja Católica Romana visto que ela tradicionalmente impôs a observância do domingo invocando a autoridade do mandamento do sábado. O papa João XXII, por exemplo, em sua encíclica  Mater et Magistra  (1961) enfatiza a obrigação social e religiosa da observância do domingo ao apelar explicitamente ao preceito do sábado. Ele declara: “A fim de que a igreja possa defender a dignidade com a qual o homem foi dotado, porque é criado por Deus e porque Deus soprou nele uma alma à sua própria imagem, ela jamais deixou de insistir que o terceiro mandamento: ‘Lembra-te de santificar o dia do sábado’ seja cuidadosamente observado por todos”.
Esta justificativa da observância do domingo na base do mandamento do sábado suscita importantes questões teológicas: Como é possível manter que o sábado “foi cumprido e abolido em Jesus” e contudo, ao mesmo tempo ordenar a observância do domingo apelando ao mesmo mandamento do sábado? Além do mais, como pode o quarto mandamento (terceiro seguindo a contagem católica) ser legitimamente aplicado ao domingo, quando é o sétimo e não o primeiro dia que o mandamento exige que se santifique? C. S.Mosna ciente deste dilema, nas observações concludentes de sua dissertação propõe que “seria melhor renunciar à procura de um fundamento para o repouso dominical no antigo preceito do sábado”.
Em que base, então, pode o repouso dominical ser defendido? Mosna acha uma “razão fundamental” no fato de que a igreja “influenciou a decisão de Constantino para fazer do domingo um dia de repouso para todo o Império, e isto indubitavelmente a fim de dar ao dia do Senhor um lugar preeminente acima de outros dias”.  Portanto, Mosna argumenta que a igreja “pode reivindicar a honra de ter concedido ao homem uma pausa em seu trabalho a cada sete dias”.
Esta explicação se harmoniza bem como a reivindicação tradicional de que a observância do domingo “é puramente uma criação da Igreja Católica”.
Se, porém, o descanso do domingo é uma instituição eclesiástico-imperial, como pode ser imposta aos cristãos como um preceito divino? Que fundamento válido pode isto providenciar a fim de habilitar teólogos a reavaliar o significado e função do dia do Senhor para os cristãos hoje? Dificilmente pode-se lutar contra a 
generalizada profanação do dia do Senhor, meramenteinvocando-se a autoridade eclesiástica sem providenciar um adequado raciocínio teológico. 
Alguns argumentam que uma justificativa teológica para o descanso no domingo está provida pelas exigências da adoração. C. S. Mosna,  por exemplo, assevera que “uma motivação teológica essencial para apoiar o repouso no domingo é o fato de que isto é absolutamente indispensável para prover o tempo material para adoração no dia do Senhor e pré-requisito para a adoração, é uma verdade axiomática”.
Mas, deve o cristão repousar no dia do Senhor meramente para preencher suas obrigações de culto? Fosse esta a razão exclusiva, então por que insistir no repouso do trabalho pelo dia inteiro, uma vez que o tempo gasto em culto público ou privado importa no máximo em uma ou duas horas? Em  outras palavras, se o tempo livre que resta após o serviço dominical não tem significado  teológico, pode-se questionar a legitimidade de se exigir total abstinência do trabalho no domingo. Em vista do fato de que a ociosidade é o 
princípio de toda espécie de vícios, não seria mais apropriado, após os serviços do domingo, impor aos cristãos que retornassem aos seus respectivos trabalhos ou que se engajassem em alguma atividade útil? Ademais, se o repouso deve ser tomado apenas para assegurar a freqüência ao culto da igreja, a semana de cinco dias de trabalho já não proporciona amplo tempo para satisfazer as obrigações de culto, fazendo assim a  noção do repouso dominical totalmente irrelevante e anacrônica ao homem moderno? 
Deveríamos, então, concluir que o domingo deva ser considerado a hora de cultoem lugar de o santo dia de repouso ao Senhor? Aparentemente é rumo a esta direção que se movem algumas igrejas. A Igreja Católica, por exemplo, como expressa C. S. Mosna, “está timidamente introduzindo o costume de celebrar a missa dominical no sábado à noite”.
Mosna sustenta que “tal prática deve ser encorajada . . . a fim de proporcionar as bênçãos dominicais àqueles empregados e trabalhadores que não estão livres por causa de seu horário de trabalho mas, que, 
como cristãos, têm o direito de participar na liturgia dominical”.
Note-se, todavia, que a possibilidade de ouvir a missa dominical no sábado à noite está estendida não somente àquelas católicos que estivessem impedidos, no domingo, de cumprir o preceito por obrigações inevitáveis, mas também, como explicitamente declarou o arcebispo de Bologna, às “classes de pessoas tais como esquiadores, caçadores, viajantes, turistas, e outros, que, nas festividades normalmente deixam o lar em uma hora em que missa alguma é celebrada nas igrejas, e vão a lugares onde as mesmas estão demasiado longe ou não existem”.
Esta extensão das prerrogativas do domingo para o sábado à noite sugere a possibilidade de posteriores avanços complicados. Martino Morganti destaca, por exemplo, que “a extensão é já insuficiente para acomodar a todos, por que . . . o sábado à noite já é completo fim-de-semana e para muitos, o êxodo das cidades já começou”.
Devido à constante redução da semana de trabalho, parece plausível antever então, que no futuro a Igreja Católica, em seu desejo de ministrar ao maior número de pessoas em férias, possa antecipar o preceito da missa do domingo até mesmo para a sexta-feira à noite. Alguns teólogos católicos radicais não sentem desconforto com este avanço, pois argumentam, como expressa Th.Martens, o problema do ajuste das 
atividades pessoais ao “domingo deve ser resolvido  não na base de princípios teológicos, históricos ou tradicionais, mas . . . na base de um julgamento pastoral que una os dois extremos: a vontade de Cristo e a situação do mundo atual. Parece-nos que o Evangelho e a tradição não especificam o verdadeiro dia do Senhor”. 
Para dizer o mínimo, esta interpretação não somente reduz a obrigação do dia do Senhor à freqüência de um culto da igreja, mas até advoga a  possibilidade de antecipá-lo a fim de acomodar as prioridades sociais e recreativas dos cristãos modernos. Esta posição do dia do Senhor como a hora de adoração reflete corretamente o ensino bíblico da santificação do sábado, conseguida pela renúncia do uso costumeiro de seu tempo? Dificilmente. Deve, porém, o domingo ser visto de modo diferente, a saber, como  a incorporação da teologia e obrigações do sábado bíblico? À luz de nossa investigação da gênese histórica e a base teológica inicial da observância do domingo, devemos responder: “Não”. Mostramos que o domingo surgiu, não como um preceito divino exigindo a santificação do  tempo, mas como uma instituição eclesiástica destinada a forçar uma diferenciação da guarda do sábado judaica. A própria teologia do domingo dos primeiros tempos não requeria total  repouso do trabalho no domingo. Como declara W. Rordorf, “até bem no segundo século não encontramos a menor indicação em nossas fontes de que os cristãos marcassem o domingo por qualquer espécie de abstenção do trabalho”.
A ressurreição de Cristo, que se tornou com o tempo a razão dominante para a observância do domingo, inicialmente era comemorada por uma reunião comum para adoração (Justino,  I Apology 67) e não por um dia todo de descanso. 
Não deveria, entretanto, a comemoração da ressurreição de Cristo constituir válida justificativa para dedicar o tempo do domingo ao serviço de Deus e da humanidade? Conquanto isto possa parecer um motivo digno, não repousa todavia, numa interpretação inteiramente objetiva; pelo mesmo raciocínio, poder-se-ia defender a excelência da quinta-feira, da sexta-feira ou o sábado como dias de descanso, pois nestes dias ocorreram respectivamente a traição, morte e sepultamento de Cristo. Onde se afirma, porém, que  esses dias associados com eventos significativos da vida de Cristo devam ser observados semanalmente ao abster-se do trabalho? 
Mostramos, por exemplo, que conquanto a ressurreição de Cristo seja grandemente exaltada no Novo Testamento, não há indicação sugerindo que o evento deva ser comemorado em algum tempo específico. A própria Ceia do Senhor, que como tempo tornou-se a essência do culto dominical, era inicialmente celebrada em épocas indeterminadas e comemorava a morte e parousia  de Cristo em vez de Sua ressurreição. Segundo os ensinos de Paulo, o crente deve honrar a ressurreição de Cristo existencialmente, isto é, andando após o batismo “em novidade de vida” (Rom.6:4, Col.2:12-13). 
Quando mais tarde a Ressurreição tornou-se a razão  predominante para a observância do domingo, mesmo aí nenhuma tentativa se fez para tornar esse evento a base teológica para o total repouso neste dia. Ao contrário, fez-se apelo para o mandamento do sábado. Efraim Syrus (cerca de 350 A.D.), para contar um exemplo, insta os cristãos a que repousem no domingo invocando o mandamento do sábado; “a lei ordena que se conceda descanso aos escravos e animais, a fim de escravos, servas e operários pararem o trabalho”.
A lei a que se refere Efraim é obviamente a do sábado, pois antes do imperador Leo, o Traciano (457-474 A.D.) nenhuma lei imperial proscrevia o trabalho agrícola no domingo.
O fato de que o domingo tornou-se dia de repouso, não em virtude de sua gênese histórica ou significado teológico, mas por absorver gradualmente as prerrogativas do sábado, torna virtualmente impossível construir uma base teológica válida para se impor o descanso no domingo. Alguns podem desejar solucionar este dilema divorciando completamente o repouso da adoração, mantendo assim o domingo exclusivamente como a hora de adoração. W. Rordorf, que se inclina a essa solução, pergunta “se é, de fato,uma solução ideal coincidir o dia de repouso e o de adoração”.
Ele prefere atribuir ao domingo uma função exclusiva de adoração que encontra seu cumprimento quando a comunidade se reúne para participar da Ceia do Senhor e ouvir a pregação da Palavra de Deus. Havendo cumprido suas  obrigações de culto, os cristãos deveriam sentir-se livres para passar o resto do dia engajados em qualquer espécie de trabalho ou atividade legítima. 
Contribui esta proposta para solucionar ou para compor os problemas associados com a observância do domingo em nossa época? Isto não fornece aos cristãos uma justificativa racional para passarem a maior parte de seu tempo no domingo ganhando dinheiro ou procurando diversão? Isto é tudo na observância do domingo? Divorciar a adoração do repouso, considerando este não essencial à observância do domingo, significa compreender mal o significado do mandamento bíblico que ordena a consagração, não de uma hora de adoração semanal, mas todo um dia de interrupção do trabalho por respeito a Deus. Indubitavelmente, para alguns cristãos, a redução da observância do domingo a uma hora de culto é inaceitável, porém nosso estudo mostra que tanto a gênese histórica quanto a base teológica da observância do domingo oferecem 
pouco auxílio que estimule a consagração ao Senhor de todo o tempo deste dia. 
Há alguma saída para esta situação? A proposta que  estamos para submeter pode parecer radical, a princípio, para alguns, mas se fosse aceita pela maioria dos cristãos, poderia deveras revitalizar tanto o repouso quanto a adoração no dia do Senhor. Como nosso estudo mostrou que à observância do domingo falta autoridade bíblica e base teológica necessária para justificar a total consagração de seu tempo ao Senhor, cremos que tal objetivo pode ser mais prontamente alcançado ao educarmos nossas comunidades cristãs para entender e experimentar o significado bíblico e apostólico da obrigação do sábado do sétimo dia. Não estamos aqui tentando reproduzir sic et simpliciter  o modelo rabínico da guarda do sábado que o próprio Senhor rejeitou, mas sim redescobrir e restaurar aquelas categorias interpretativas permanentes que fazem do sábado o santo dia de Deus para o cristão de hoje. 
Não podemos inspecionar aqui o desenvolvimento temático teológico do sábado na história redentora e sua relevância para os cristãos hoje. O máximo que podemos fazer, em nossas observações finais, é enfatizar a diferença básica  entre o sábado e o domingo. Conquanto o objetivo deste último, que, já vimos, é o cumprimento de uma obrigação de adoração, o objetivo do primeiro é a santificação do tempo. O interesse  principal e obrigação do sábado é que o homem repouse neste dia (Êxo. 20:10; 34:21). Que está envolvido no descanso sabático? Fosse somente inatividade ou abstenção do trabalho, questionaríamos o valor de tal benefício. Há algo mais depressivo que nada ter para fazer, esperando  que passem as horas do sábado a fim de retomar-se alguma atividade significativa? 
No mandamento do sábado, entretanto, “repouso” estáqualificado. Está definido não como tempo ociosamente frívolo, mas como “descanso solene, santo ao Senhor” (Êxo. 31:15: 16:23, 25; 35:2; Lev. 23:3) Embora o sábado seja dado à humanidade (Êxo. 16:29; 31:14; Mar. 2:27), pertence todavia, a Yahweh (Êxo 16:23, 25; 20:10; 31:15; Lev. 23:3). Repetidamente Deus chama o dia “meus sábados”.
Indubitavelmente por que Ele “descansou. . ., abençoou. . ., e o santificou” (Gên. 2:2 e 3). Esta particular manifestação da presença e bênçãos de Deus, constitui a base, e essência da santidade do sábado. O repouso do sábado é, então, não um relaxamento centrado no eu—um tempo em que todos desejam e anseiam possa ser cumprindo sem restrição—mas, sim, um repouso divinamente centrado—um tempo em que a pessoa está livre dos cuidados do trabalho, para tornar-se livre paraDeus e o próximo e encontrar assim o genuíno refrigério nesta liberdade. 
O relaxamento físico que o repouso do sábado proporciona pode ser considerado como a preparação preliminar necessária para experimentar  a totalidade das bênçãos divinas da Criação-Redenção, que o dia comemora. Os temas do sábado encantam e circundam a revelação da Historia salutis (história redentora): criação (Gên.2:2, 3; Êxo. 20:11; consagração (Êxo. 31:13, 14 e 17; Eze.20:20), redenção (Lucas 4:18-21; 13:12, 16; João 5:17; 7:23; Mat. 11:28; 12:5 e Heb. 4:2, 3 e 7) e restauração escatológica (Isa. 66:23;Heb. 4:11). Ao invocar e comemorar atividades salvadoras de Deus, o sábado proporciona ao crente  uma oportunidade concreta de aceitar e experimentar as totais bençãos da salvação. O que interrompe sua rotina diária e dedica 24 horas a seu Criador e Redentor, como K. Barth diz, “participa conscienciosamente na salvação provida por Ele (Deus).
Em outras palavras, parar de fazer no sábado representa a experiência de ser salvo pela graça de Deus. É uma expressão de renúncia das tentativas humanas de se operar a própria salvação e o reconhecimento de Deus como o autor e consumador de nossa salvação.
Crisóstomo repreendeu os cristãos de seu tempo dizendo: “Vós vos apropriais deste dia para vós mesmos, santificado e consagrado à escuta  de discursos espirituais, para o benefício de vossas preocupações seculares”.
Tal advertência é particularmente aplicável hoje,  quando os cristãos, devido a maior disponibilidade de tempo ede dinheiro, são tentados a questionar a santidade do mandamento do sábado e procuram racionalizar sua obrigação. Em nossa sociedade de consumo em que o tempo tornou-se um bem que muitos usam exclusivamente para a gratificação egoísta, uma redescoberta das obrigações e bênçãos da guarda do sábado poderia agir como um freio ou um dique contra a ganância e o egoísmo insaciáveis dos humanos modernos. O cristão que é capaz de desligar-se de seu trabalho  e preocupações no sábado, dedicando este dia para a glória de Deus e o serviço de seu próximo, demonstra de um modo palpável como a graça 
divina o libertou de sua auto-centralização e o capacitou a genuinamente amar a Deus e as pessoas. 
Descansar no sábado é expressão de nossa completa dedicação a Deus. Nossa vida é medida de tempo e o modo como a passamos é indicativa de onde jazem nossos interesses. Não temos tempo para aqueles a quem somos indiferentes,porém arranjamos tempo para aqueles a quem amamos. Sermos capazes de nos afastar no sétimo dia de um mundo de coisas, para encontrar o Deus invisível na quietude de nossas almas, significa amar a Deus totalmente. “Para os judeus,” como bem expressou P. Massi, “o descanso era um ato de adoração, uma espécie de liturgia. Isto nos capacita a entender por que uma  série de prescrições ritualísticas foram desenvolvidas para regular a liturgia do repouso”.
A. M. Dubarle destaca que enquanto a oferta das primícias ou do primogênito dos animais tinha oefeito de libertar todo o resto, após este ato, para uso secular, no caso do tempo a situação era oposta: “A oferta de tempo, realizada no último dia da semana, e não no primeiro, como se dava na oferta de bens materiais, tinha o efeito de consagrar todo o tempo, visto que pendia rumo ao dia de encontro com Deus”.
O que a consagração do tempo do sábado a Deus realmente envolve? Uma leitura superficial das restrições rabínicas prevalecentes ao tempo de Cristo pode dar a impressão de que o sábado era um dia de rigorosa inatividade, os judeus piedosos, contudo, dedicavam o tempo de seu sábado ao estudo, à oração, meditação e atos de misericórdia. Eram realizados serviços religiosos na sinagoga na noite de sexta-feira, sábado de manhã e à tarde, para a leitura da lei e dos profetas e para sua exposição. Encontramos, além disso, que Cristo propicia o exemplo supremo de como consagrar as horas do sábado para Deus. Ele usou o tempo do sábado para ouvir a palavra de Deus e proclamá-la: “foi à sinagoga, como era Seu costume, no dia de sábado. 
E levantou-se para ler. . . . Ensinava-os no sábado; e ficavam admirados de seus ensinos” (Luc. 4:16, 31, 32; cf. 13:10). Ademais, notamos que Jesus intensificou no sábado Seu ministério redentor em favor das necessidades físicas e espirituais do homem, a fim de fazer do dia o memorial adequado do repouso-salvação disponíveis a todos que vêm a Ele. (Mat. 11:28) Segundo o exemplo de Jesus, então, o sábado para o  cristão hoje é tempo de experimentar as bênçãos da salvação ao se adorar a Deus e ao providenciar-se o calor dos companheiros e do serviço àqueles necessitados. 
A observância do sábado nesta época cósmica bem pode ser para o homem moderno a expressão adequada de uma fé cósmica, uma fé que envolve e une a criação, a redenção e a restauração final; o passado, o presente e o futuro; o homem, a natureza e Deus; este mundo e o mundo por vir; uma fé que reconhece o domínio de Deus sobre toda a criação e sobre a vida humana ao consagrar-lhe uma porção do tempo; uma fé que cumpre o verdadeiro destino do crente agora e na eternidade; uma fé que considere  o dia do Senhor como um dia de Deus santificado em vez de um dia feriado.
Do Sábado para o Domingo - Samuele Bacchiocchi

Nota: Dr. Samuele Bacchiocchi (1938-2008) foi o primeiro não-católico a se formar na  Pontifical Gregorian University, em Roma, tendo recebido uma  medalha de ouro do Papa Paulo VI por conquistar a distinção acadêmica  summa cum laude por sua tese:  Do Sábado Para o Domingo: Uma investigação histórica do surgimento da observância do domingo no cristianismo primitivo. 
Nesse trabalho, Bacchiocchi, um adventista do sétimo dia, mostrou que não há nenhuma ordem escriturística para mudar ou eliminar a guarda do sábado e apontou o papel preponderante da Igreja Católica na efetivação dessa mudança. O professor indicou ainda o anti-judaísmo e a adoração pagã ao Sol como fatores de abandono do sábado e influência na adoção do domingo. 
Ele evidenciou o anti-judaísmo latente nos escritos de alguns líderes cristãos do segundo século que “testemunharam e participaram no processo de separação do judaísmo que levou a maioria dos cristãos a abandonar o sábado e adotar o domingo como novo dia de adoração”. Autor de vários livros, era professor de teologia aposentado da Andrews University, no Estado do Michigan, e faleceu em 20 de dezembro de 2008, um sábado.
Este é apenas um capítulo do livro.
Para download do livro completo clique no link abaixo:

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