Por Gilberto Theiss
Introdução
Em diversas discussões acerca da música apropriada para a adoração a Deus, notadamente aquelas que tratam do uso ou não de instrumentos de percussão no culto, surge a questão acerca do Salmo 150, o qual, aparentemente, não apenas admite, mas ordena a utilização deste instrumento no louvor ao Senhor em Seu Santuário.
Comumente, este salmo tem sido utilizado como evidência para inserir, dentro do contexto da adoração, as danças e os tambores (que em nossos dias se apresentam na forma de grupos de dança coreográfica e diversos instrumentos de percussão, inclusive a bateria, típica dos conjuntos de rock). Em demanda desta discussão é que faremos uma avaliação mais criteriosa da estrutura e conteúdo supostamente dogmático do Salmo em questão contrastando-o com os períodos bíblicos e seus costumes subjacentes. Desta forma, além de resolver a questão em pauta, poderemos desferir os valores de implicação para os dias atuais absorvendo princípios que sejam relevantes para uma adoração efetiva que seja conivente com a verdade de um Deus sublime, grandioso, puro e santo. Tendo em mente que a experiência relatada pela Escritura a respeito da oferta de Caim (Gênesis 4:3-5) possui uma intensidade plausível e razoável do significado da adoração como uma resposta humana aos moldes da vontade soberana de Deus, devemos então traçar uma linha divisória entre gostos e vontades pessoais com a vontade divina. Assim como o dízimo, a adoração deve seguir parâmetros de devoção que estão além dos desejos humanos e seguir fielmente os conselhos expressos na Escritura mesmo que sejam revelados de forma latente.
A teologia nos apresenta que muitas verdades ensinadas pela Palavra de Deus podem ser expostas referencialmente ou inferencialmente, mas o fato de serem apresentadas de forma inferente, não significa que estas verdades perdem o seu espaço de valor e de objetividade. As subjetividades também apresentam significados que visam fortalecer princípios em detrimento de costumes pagãos amalgamados às culturas de cada época e lugar. A Bíblia é composta de veracidade como um todo, e tudo nela expressa verdades e ensinamentos para todos os tempos e culturas. A Escritura e suas mensagens – por mais aborrecíveis que possam parecer a nós, pecadores, os seus ensinamentos – devem estar acima de qualquer conceito, cultura, pessoa, filosofia e ciência. Falando sobre este aspecto, bem ilustrou Charles Colson ao afirmar que “a guerra cultural não é só sobre aborto, direitos dos homossexuais, ou o declínio da educação pública. Esses são apenas os conflitos. A verdadeira guerra é uma luta cósmica entre a cosmovisão cristã e as várias cosmovisões seculares e espirituais que estão em ordem de combate contra ela” [1]. E neste ínterim, nada está mais discretamente envolvido do que o conceito de adoração.
Nesta luta, todos nós estamos envolvidos e na medida em que o ceticismo, naturalismo, relativismo, multiculturalismo, pragmatismo e o sincretismo, em suas variadas cores, vão crescendo e se espalhando, mais significativamente de nós será exigida uma fé incondicional na Palavra de Deus e em suas verdades. Bem expressou Billy Graham ao ser questionado a respeito de Jonas ter sido engolido por uma baleia. Sua resposta foi contundente ao dizer que: “Ainda continuaria crendo na Bíblia se ela ensinasse que Jonas é que havia engolido uma baleia”. O motivo deste adendo tem como foco principal, fortalecer nossa determinação em, não apenas exercitar a prática da pesquisa profunda, mas também crer integralmente e sem restrições nas gemas de verdades encontradas nestas escavações, sejam elas objetivas ou subjetivas, referentes ou inferentes, fazendo bem ou fazendo mal – devemos aceita-las incondicionalmente.
Resolvendo o impasse.
Um dos argumentos utilizados para contrapor a idéia de utilizar salmo 150 como base para inserir danças e tambores no culto de hoje é, entre outros, o fato de que este salmo não está tratando da adoração no templo e que, além disso, provavelmente, tenha sido escrito em um momento histórico da vida de Israel onde não havia ainda uma clara instrução divina acerca da forma apropriada para a adoração litúrgica. Este amadurecimento cúltico ocorreria primeiramente no transporte da arca para Jerusalém, [2] e depois, de forma plena, quando foram feitos os preparativos para o serviço levítico do templo a ser construído por Salomão [3]. Se for possível evidenciar a escrita deste salmo para um período anterior de Salomão resolveremos grande parte da problemática mantendo o conceito de luz progressiva inclusive no tocante à música e os demais princípios interligados.
Surge então a dúvida: seria possível demonstrar que o Salmo 150 foi escrito antes do Templo de Salomão?
Esta indagação é muito pertinente. A princípio, é impossível datar precisamente o Salmo 150; no entanto é possível ter uma noção do intervalo de tempo de seu surgimento. De maneira criteriosa, analisaremos quatro fatores fundamentais que nos ajudarão ter uma visão mais ampla e correspondente ao seu contexto:
1º – Contexto litúrgico de Israel no Egito e pós.
O Povo de Israel, Nação eleita de Deus, viveu momentos difíceis no Egito! Mais de quatrocentos anos se passaram após a sua chegada até esta terra de estrangeiros. Várias gerações haviam se passado e os líderes do Egito, chegaram à conclusão de que os israelitas cresciam rapidamente. Por ser uma terra muito cobiçada por nações vizinhas, a possibilidade de uma futura união dos israelitas com nações inimigas não era descartada.
É neste contexto que a nação eleita por Deus perde a liberdade e passa a viver sob o jugo egípcio. Como veremos adiante, a opressão estabelece um cerco a Israel nos aspectos sociais, éticos e religiosos fazendo-os, com o tempo, perder parte dos princípios e valores que os identificava como remanescente de Deus para aquele tempo.
No Egito Antigo, os reis recebiam um título denominado – Faraó. Este título lhe dava poder absoluto e o constituía como deus no Egito. Sendo assim, ele passava a ser o sumo sacerdote de toda religião e seita egípcia [4]. Através de fortes evidências, podemos inferir que possivelmente o Faraó, que estava no poder no período das dez pragas e do livramento do povo de Israel, seria Ramsés II. [5]
Quando Moisés se apresentou a Faraó pedindo que deixasse os israelitas sacrificarem e adorarem ao Senhor no deserto, de imediato Faraó lhe respondeu: “Quem é o Senhor cuja voz eu ouvirei, para deixar ir Israel? Não conheço o Senhor, nem tampouco deixarei ir Israel (Êxodo 5:2)”. Naquele tempo existia uma crença comum entre as pessoas que, quando uma nação perdia uma guerra ou era aprisionada, isso se dava em consequência de possuir um deus inferior. [6] Isto, possivelmente, contribuiu para que o coração de Faraó se endurecesse.
Após a dureza do coração de Faraó (Êxodo 5:2-11), Deus permitiu que sobreviessem ao Egito as dez pragas descritas pela Bíblia (Êxodo 7:14-25, 8, 9, 10, 11, 12 e 13). As pragas foram, além dos objetivos para libertar Israel, a maneira em que Deus se utilizou para vindicar seu povo diante dos deuses pagãos e do próprio Faraó que se considerava um deus. No entanto, ao mesmo tempo e de maneira mais específica, as pragas atingiram o centro da adoração egípcia afetando diretamente os deuses pagãos daquela nação. Pela primeira vez no Egito, observamos Deus intervindo sobrenaturalmente por seu povo e ao mesmo tempo adversando a falsa adoração a que Israel fora submetido por centenas de anos. Percebe-se aqui, como nas descrições do conflito final, um conflito entre a verdadeira e a falsa adoração em que o povo de Deus e o mundo da época (Egito) estavam envolvidos. Uma contrafação sem precedentes que influenciou, desvirtuou e deteriorou a verdadeira adoração Israelita. Contrafação esta que, em pleno século XXI, não estamos em nenhuma conjetura menos vulneráveis.
Naquele tempo, muitos animais, inclusive insetos eram considerados sagrados pelos egípcios ao ponto de considerarem um absurdo e blasfêmia o tipo de adoração dos israelitas (Êxodo 8:25-26). O serviço religioso realizado pelo povo de Deus, como o sacrifício de animais com objetivos de adoração e remissão diante de Yahweh, quando o costume entre os egípcios era adorar imagens de esculturas, seria um escrupuloso insulto aos seus deuses. [7] Realizar cultos sacrificando animais sagrados ou matando-os acidentalmente era considerado um grande e sério crime. [8] Deus, dentro deste contexto específico, desmascarou toda a adoração egípcia contrariando, através das dez pragas, o coração dessa falsa religião. [9] Observe:
1. Praga no Nilo tornou-se em sangue (Êxodo 7:15-18) – Representava a divindade “ÍSIS”, deusa do Nilo.
2. Praga das rãs (Êxodo 8:2-6) – Representava a divindade HEQUET, deusa do nascimento que possuía a cabeça de rã.
3. Praga dos piolhos – Representava a divindade “SET”, deus do deserto.
4. Praga das moscas (Êxodo 8:20-23) – Representava a divindade “UATCHIT”, simbolizado pela mosca.
5. Praga da morte do gado (Êxodo 9:1-5) – Representava a divindade “HACTOR”, deusa de cabeça de vaca; “ÁPIS”, deus-boi.
6. Praga das úlceras – Representava a divindade “SEKHMET”, deusa das doenças; “SUNU”, deus da peste.
7. Praga das saraivas (Êxodo 9:18-35) – Representava a divindade “NUT”, deus-céu.
8. Praga dos gafanhotos (Êxodo 10:3-13) – Representava a divindade “OSÍRIS”, deus da agricultura.
9. Praga das trevas – representava a divindade “RÁ”, deus-sol; “NUT”, deus-céu.
10. Praga da morte dos primogênitos (Êxodo 11:4-8) – Representava a divindade “MIN”, deus da reprodução; “HEQUET”, deusa do nascimento; “ÍSIS”, protetora das crianças.
Como visto até o momento, não se faz necessário uma pesquisa exaustiva para compreender o nível de paganismo politeísta religioso que predominou no Egito. O povo de Israel, por mais de quatrocentos anos recebera uma forte influência desta religião pagã e de seus deuses. Atente para o fato que, seus costumes, comportamentos imorais, valores e cultos influenciaram sobremaneira o povo de Israel, levando muitos a um estreito sincretismo religioso. Até mesmo aquele que viera para ser o libertador do povo fora influenciado por esta poderosa e influente cultura. Ellen White descreve que “Moisés estivera a aprender muito que tinha de desaprender”, e acrescenta em sua lista o “misticismo de uma religião falsa”[10]. White ainda acrescenta que “tudo deixara profundas impressões em sua mente em desenvolvimento, e modelara, até certo ponto, seus hábitos e caráter. O tempo, a mudança de ambiente e a comunhão com Deus podiam remover estas impressões”. [11] O misticismo religioso, assim como ainda hoje, era sem dúvida alguma uma das marcas do culto religioso pagão da época com o fundamental uso de tambores e danças extravagantes.
Somente o tempo, longos quarenta anos no deserto com Deus, poderia remover de Moisés a cultura e os costumes egípcios em todos os seus moldes.
Nesta circunstância, a pergunta que surge é: Até que ponto o povo de Israel poderia também ter sido influenciado e moldado pelos costumes religiosos e místicos do Egito?
A revelação nos responde, observe:
Perderam o conhecimento da lei de Deus [12]
Afastaram-se dos preceitos divinos [13]
O mandamento sabático fora abandonado [14]
A nova geração, os filhos se curvaram diante dos deuses egípcios [15]
Alguns tinham pleno conhecimento e noção de que estavam passando por um sincretismo religioso [16]
Muitos anciãos de Israel se esforçavam em impedir que a fé de muitos viessem a sucumbir-se [17]
Muitos, com o tempo, passaram a ter os mesmos costumes que os egípcios tinham [18]
A tarefa de Moisés teria sido menos penosa se o povo não tivesse se tornado tão corrompido [19]
Esqueceram-se de Deus passando a ter pouco conhecimento e fé [20]
A mente do povo se tornou cega e aviltada [21]
A mente estava tão corrompida que não estavam em condições de apreciar os dez mandamentos [22]
No Monte Sinai, muitos desejavam voltar para o Egito [23]
Em alguns momentos, quando se esqueciam de Deus, adoravam a Deus fazendo uso de costumes místicos e imorais aprendidos no Egito [24]
Com todo este aviltamento, podemos entender melhor o comportamento do povo pós Egito. Além de toda confusão, idolatria, prostituição e bebedice, estavam os comportamentos de uma religião falsa. Como toda religião mística, o uso de tambores com danças são fundamentais, e no caso de Israel, estes estilos e instrumentos foram, provavelmente, trazidos da cultura religiosa egípcia. Percebe-se nas declarações bíblicas e do Espírito de Profecia citados acima que estes costumes estavam inseridos no pacote de traquejos pagãos que faziam parte da moda egípcia e praticados na saída imediata do povo na experiência do mar vermelho, na corrupção total no monte Sinai e em alguns momentos de suas peregrinações no deserto. Ellen White diz que, o povo, no momento em que Moisés demora a retornar do monte Sinai, se corrompe e praticam novamente as “velhas superstições” trazidas do Egito [25]. Também acrescenta que “era uma cena
de alvoroço gentílico, imitação das festas idólatras do Egito; mas quão diverso do solene e reverente culto de Deus! Moisés ficou consternado”[26]. Observe que White não cita detalhadamente o que é, e o que não é “imitação idólatra” ou “velhas superstições”. Isto indica que, além de outros fatores correspondentes, tanto as danças quanto o uso de tambores estavam latentes em suas declarações uma vez que, normalmente e na maioria das vezes, onde há danças frívolas, como no ocorrido ao pé do monte, deve naturalmente haver tambores ou algum outro tipo de percussão. Um é braço direito do outro.
Interessante que, até nos dias atuais, na África, inclusive o Egito com suas religiões místicas, os elementos litúrgicos mais significativos para a realização do mesmo, continuam sendo o uso de tambores e as danças com músicas rítmicas. [27] Os tambores eram e ainda continuam sendo componentes fundamentais e indispensáveis para alcançar o êxtase religioso nas religiões pagãs africanas inclusive no Egito. [28] Assim como naquele tempo, ainda hoje este tipo de instrumento é considerado pelos místicos um elo fundamental para conseguir manter contato e ter uma experiência mais significativa com os espíritos. Bastos, em Os Cultos Mágico-Religiosos afirma que “o tambor e a dança do culto proporcionam uma espécie de confraternização com a divindade, tornando os deuses mais amáveis e coniventes” [29]. Mircea Eliade, em História das Crenças e das Ideias Religiosas, afirma que “os xamãs preparam seu transe cantando e tocando tambor” [30]. Também afirma em Xamanismo e as Técnicas Arcaicas de Transe que “na maioria das tradições xamânicas, a dança e o canto com tambor são os meios mais utilizados para se atingir o transe” [31]. Sparta em A Dança dos Orixás esclarece que “o ritmo violento dos tambores e a repetição intérmina dos cantos, produzem fadiga e amortecimento consequente da consciência, levando os iniciados a um verdadeiro estado de hipnose” [32]. Bastos em Os Cultos Mágico-Religiosos diz que “o tambor é um instrumento de correspondência, isto é, de comunicação entre o homem e os seres misteriosos que governam a natureza” [33]. Gilbert Rouget assinala que o “Ritmo é o elemento mais ativo na experiência do transe. O ritmo marcado com a percussão é ainda mais eficaz em desencadear a experiência de possessão” [34]. Rouget foi contundente ao afirmar que “a percussão é o som por excelência do transe. Se há um instrumento capaz de quebrar os nossos nervos, esse é o do tambor. Além disso, esse é o instrumento mais importante do ritmo, e por consequência da dança” [35]. Não poderia deixar de citar o metodista Jaci Maraschin em A Beleza da Santidade que faz esta interessante e surpreendente declaração que “A beleza da santidade vem no tempo do Espírito Santo. Vem vindo lá dos lados da África. Vem com seus tambores e cores, com seus ritmos e melodias, com seus meneios de quadris… Que distância haverá entre o êxtase dos orgasmos e os êxtases carismáticos que nos fazem falar em línguas e estremecer as entranhas?” [36]. Como visto, porque subestimaríamos estes elementos quando os próprios especialistas no assunto reconhecem valores místicos associados ao êxtase espiritual/carnal/emocional associados a diversos fenómenos sobrenaturais e possessão?
Tendo em mente todo este conjunto de degradação moral e sincretismo religioso em que o povo passara podemos entender a razão de eles permanecerem tanto tempo no deserto. Assim como ocorrera com Moisés, era necessário um reavivamento e reforma naquela igreja israelita. Os costumes pagãos que vão além de meros tambores e danças corromperam Israel fazendo-os perder de vista a sublimidade dos preceitos, princípios e grandeza de Deus. A cultura pagã, a imoralidade, idolatria e a religiosidade mística egípcia foram tão eficazes em cauterizar a mente do povo que, ao se depararem com algumas dificuldades no deserto, por varias vezes, se rebelavam e desejavam retornar àquela nação que por tanto tempo os escravizara [37]. Percebe-se que este tipo cultura foi determinante em aproximar ou até mesmo em lançar o povo para o pecado. A maioria das pessoas daquela geração morreu no deserto sepultando com eles muitos de seus costumes absorvidos do paganismo. Destas antigas gerações, acima de 20 anos, somente Josué e Calebe entraram na terra prometida (Números 32:11,12). Mas, mesmo em tais circunstâncias, o Senhor ponderou seu juízo e demonstrou intensa compaixão e paciência com Seu povo rebelde não os exterminando no deserto. Uma demonstração disto foi a passividade de Jeová diante da estranha intercessão de Moisés pelo Povo (Êxodo 32:30-34).
Ao longo da história de Israel, embora ainda houvesse resquícios de idolatria e poligamia, percebemos que uma reforma progressiva foi se tornando realidade. Na medida em que o tempo avançava, muitos costumes foram sendo descartados e abandonados. Além das questões morais, é possível perceber uma reforma, também, no âmbito da liturgia de adoração de Israel para com Deus. E esta transformação ou reavivamento e reforma pode ser visto especialmente, em seu clímax, no santuário de Salomão [38].
2º – O processo de transformação cultural e litúrgica no período Pré-Santuário
A partir de agora, nos deteremos apenas no tema da adoração, mais especificamente nas danças e instrumentos utilizados pelo povo e seu processo de transformação.
Temos dois períodos como pontos de partida:
Período A: A liturgia e sua estrutura, praticada pelo povo de Israel quando deixaram o Egito, passando pelo tempo de Davi. Ainda faziam uso de alguns costumes (Egípcios) como danças e tambores (Êxodo 15:20,21; 32:5,6,19,22; Juízes 11:34; I Samuel 18:6).
Período B: Anos mais tarde, a partir do momento em que Israel recebe as instruções de Deus através do profeta Natan de como deveria ser a adoração. As danças não são mais utilizadas e os tambores ficam fora da lista de instrumentos permitidos no Santuário (I Crônicas 16:5; 23:1-5; 25:1-7; II Crônicas 5:12,13; 7:6; 29:25,26; Esdras 3:10; Isaías 38:20; Neemias 12:27,36).
Estes dois pontos podem ser nitidamente compreendidos através do gráfico abaixo. Observe com atenção cada detalhe do gráfico:
3º – Cronologia do Salmo 150 e seu contexto histórico-litúrgico
Desde a saída do povo de Israel do Egito, sua cultura religiosa e seus costumes que refletiam a adoração foram maculados pela religião mística daquela nação. No entanto, como visto no gráfico, Deus tolerou esses costumes, mas usou o tempo em um estágio progressivo, para erradicar de suas vidas os costumes religiosos pagãos do Egito amalgamados com a verdadeira adoração. O sincretismo foi gradativamente desarraigado e o culto oferecido a Deus mais desvinculado dos costumes mundanos. O ponto mais alto desta transformação foi sem dúvida alguma o Santuário de Salomão. Deus havia intervido e feito algumas exigências para que a verdadeira adoração não fosse enodoada com costumes de entretenimentos ou mundanos da época [39].
Tendo em vista, a progressiva mudança pinçada no gráfico acima e tendo compreendido as diferenças entre o uso de dança e de tambores nos períodos pré e pós Santuário de Salomão, precisamos então inserir o Salmo 150 exatamente em algum período pré Santuário, já que a partir do santuário de Salomão os tambores não entraram na lista de instrumentos que seriam utilizados pelos músicos (II Crônicas 29:25 e 26; Esdras 3:10).
Esta é uma realidade sustentada pelo histórico narrativo dos textos bíblicos e pelas diferenças de louvor e adoração realizadas nos dois períodos que se ligam por um intervalo vasto de tempo. A tentativa de inserir o Salmo 150 num contexto pós Santuário, além de abusiva, é incoerente e não é capaz de sustentar-se por sua própria base de argumentação uma vez que este salmo reflete um comportamento litúrgico inexistente no templo a partir de Salomão. Este insistente esforço parece indicar preconcepção e investida objetiva de bonificar o uso das danças e dos tambores na adoração contemporânea. Essa alternativa, mesmo sem apoio exegético, não passará de uma interpretação reducionista e carente de respaldo dialético.
Evidência cronológica
Pelas referências bíblicas, contextualizando e contrastando os costumes, especialmente com o uso de tambores e danças na liturgia à Yahweh, ficou fácil identificar que o devido Salmo não pode ter sido escrito depois do Santuário de Salomão. Podemos inclusive empregar aqui alguns métodos discursivos utilizados na arqueologia para ajudar-nos a fortalecer esta interpretação ou então dilui-la. A arqueologia faz uso de técnicas, busca os restos materiais das civilizações antigas e trata de reconstruir, na medida do possível, o ambiente e as civilizações de uma ou várias épocas históricas. Assim, os especialistas conseguem encaixar melhor as descobertas com um período que lhe é necessariamente cabível.
Da mesma forma, podemos fazer uma avaliação da estrutura do conteúdo do Salmo em questão e compará-lo aos contextos bíblicos que analisamos até o momento.
Por exemplo, no ano de 1920, Bernard Grenfell descobriu o papiro Papyrus P52 no Deserto do Médio Egito que foi encontrado e estudado mais tarde em 1934 por C.H.Roberts na Biblioteca John Rylands de Manchester. O Papyrus P52 conhecido como o fragmento de São João, é um fragmento escrito em Grego e contém parte do Evangelho segundo João, sendo que na frente contém partes do capítulo 18 e versículos 31-33, e no verso, os versículos 37-38 [40].
Alguns historiadores afirmam que o papiro com o texto do Evangelho de João (18:31-33,37-38), teria sido escrito entre o período de 100 a 125d.C., Outros argumentam que o estilo da escrita, leva a uma data entre o anos 125 e 160d.C [41]. De qualquer forma, o autor deste fragmento por ter sido um discípulo de Jesus, independente da data de sua composição, para todos é inegável que o papiro tenha sido escrito depois de Cristo e não antes. Da mesma forma, por conta da transformação litúrgica da adoração em Israel, da saída do Egito até o período de Salomão, Salmo 150 possui uma estrutura de conteúdo prático de louvor que só é cabível no período pré Santuário de Salomão e não depois. Como louvar o Senhor com danças e tambores quando os textos bíblico pós-santuário de Salomão exprimem a ausência deles? Tanto as referências quanto as inferências confirmam nitidamente tal fato.
A autoria do Salmo 150 também confirma o período pré?
Embora quase a metade dos salmos, 73 deles nos fragmentos hebraicos massoréticos e 88 na grega septuaginta, sejam atribuídos a Davi [42], não há nenhuma forte evidência que defina o autor do salmo 150. No meio acadêmico e teológico dificilmente encontraremos, com absoluta certeza, quem teria sido o autor deste Salmo. Segundo os teólogos renomados, é muito difícil datar salmos individuais ou descobrir como e quando foram reunidos e compilados, ainda que o processo de escrita tenha começado com Davi, se não antes, e continuado nos dias após o exílio. Estudiosos no assunto, com base nos fragmentos encontrados em Qumran, supõem que a coleção inteira que temos hoje talvez tenha sido finalizada pouco antes do 2º século a.C., em torno do período dos macabeus [43]. Outros, ainda, acreditam que o período principal de composição parece ter abarcado os quatro séculos da dinastia davídica (1000 a.C. a 600 a. C.), e que no exílio deve ter ocorrido a obra de composição e edição [44]. Falando a respeito da autenticidade dos títulos em consonância com o saltério, Motyer foi mais categórico ao afirmar que “ninguém sabe ao certo quão antigo é esse trabalho editorial” e define como “inexplicável”, a forma como esses salmos se acumularam durante séculos até se transformar “no Saltério da Bíblia” [45]. Importante sabermos também que, os salmos seguem uma sequência distribuída de forma que se harmonizem com os 5 livros do pentateuco. De acordo com o Midrash on the Psalms, um antigo comentário judeu, esta divisão em cinco partes foi feita para identificar-se aos cinco primeiros livros de Moisés. Assim deve ter havido um propósito entre os editores das coleções de salmos em fazer um paralelo entre esta quíntupla expressão do povo com a quíntupla convocação divina [46]. Isto pode indicar que a ordem imposta por judaizantes pode não estar seguindo a devida ordem de escrita, o que, com certeza, causaria maior indefinição na datação dos mesmos.
Para evidenciar a autoria de Davi ao Salmo 150, existem alguns que utilizam o salmo 151 da (LXX). Estes se apoiam na ausência da terminação “Fiat, fiat” (Assim seja, assim seja) da quinta e ultima seção, quando ela aparece nas outras quatro seções. “Se esta expressão marca o fim de cada livro, porque o quinto livro”, onde se encontra o salmo 150, “não termina com o mesmo final?” [47]. Com isto sugerem que a ultima seção não termina com o 150º mas com 151º existente na septuaginta (LXX) em sequência do 150, como um poema que descreve o combate entre Golias e Davi. Se este argumento for sustentável, não somente poderíamos resolver o impasse da autoria como também indicaria um tempo mais preciso de sua escrita – o período do conflito com Golias [48]. Embora este salmo seja, por muitos, considerado apócrifo, não deixa de ser uma evidência a ser discutida, pesquisada e meticulosamente avaliada. Se fosse possível evidenciar que poderia ser a finalização da quinta seção dos Salmos, poderíamos, com reservas,creditar a autoria do Salmo 150 a Davi.
É claro que, descobrir o autor facilitaria grandemente nossa ânsia em definir, senão uma data precisa, mas pelo menos um período aproximado de sua escrita. Numa discussão a este respeito, alguém, certa feita indagou: “Se descobríssemos o autor, facilmente identificaríamos o período em que este Salmo fora escrito”.
Na teologia contemporânea, porém, são poucos os que acreditam na autoria de Davi a este salmo. Como visto, a carência de evidências torna esta discussão muito ampla, porém sem resultados lógicos. Todavia, para os que acreditam no dom profético na pessoa de Ellen White, este problema pode ser resolvido. White citando Salmo 147: 11 e 12 outorga a autoria dos Salmos 147; 148; 149 e 150 a Davi, dizendo: “Quão preciosas são as lições deste Salmo! Bem faríamos em estudar os quatro últimos salmos de Davi” [49].
Como visto, pela revelação temos uma provável evidência da autoria pertencendo a Davi. Portanto, esta confirmação reforça a credibilidade do que aprendemos até o momento, pois, o autor deste Salmo (Davi) morreu onze anos antes da inauguração do templo, que foi também a inauguração do novo sistema de adoração musical proposto por Deus (Rever Gráfico). Assim, novamente, podemos afirmar que o Salmo 150 não deve ter sido escrito depois da inauguração do Santuário, mas antes, especialmente nos períodos que antecedem as exigências de Deus relatadas em II Crônicas 29:25 e 26.
Embora Davi houvesse morrido antes da inauguração do templo, ele já havia deixado tudo preparado. Portanto, todos os pontos da reforma na adoração já estavam definidos antes de sua morte.
4º – O contexto literário e poético do Salmo 150
Mesmo que quiséssemos adaptar o Salmo 150 para o período de Salomão com o objetivo de tê-lo como apoio para substanciar a idéia de inserir o uso das danças (mahol) e tambores (top) dentro da igreja, ainda assim teríamos alguns desarranjos exegéticos. Poderíamos destacar pelo menos duas implicações:
Primeiro. O salmo é uma obra poética e não histórica ou documental e, portanto pode utilizar de linguagem figurativa, pois, como seria capaz, para nós seres humanos, louvar a Deus no firmamento? (v.1). Dr. Samuel Schultz observa que os salmos “expressam a experiência comum da raça humana”, e significativamente sua figura de linguagem, em forma poética, “mostra-nos como nosso relacionamento com “YAHWEH” pode ser íntimo e livre, quando compartilhamos cada pensamento e cada sentimento com Ele” [50]. “Desde o alto de seu santuário celestial, até o firmamento (“a expansão da/que mostra a sua força”), e até seus poderosos feitos (poder dominador) vistos na terra, o Senhor mostra muita grandeza, grandeza que excede a de qualquer pretendente” [51]. Em especial a este salmo, “o motivo do louvor é a grandeza e as manifestações de seu poder” [52], e implicitamente o autor, diante da convicção tão categórica, usa todo artifício que lhe vem a mente para dar glórias e honras ao Criador e convida toda a humanidade a louvar na linguagem mais comum da música [53].
“Louvai a Deus no Seu santuário” – Talvez a maior implicação em discussão hoje seja quanto a natureza de inserir as danças e os tambores na igreja, uma vez que o salmo sugere tal procedimento. Todavia, embora a maioria das traduções rezem “louvai a Deus no Seu santuário”, o texto em hebraico assim descreve:
Segundo a The Prayer Book Version, 1662, esta sentença deve ser traduzida como “louvai a Deus na Sua Santidade” [54]. Analisando o sentido exato no hebraico, percebemos que esta interpretação é de fato mais viável, pois “qõdesh” apropriadamente significa consagração, santidade ou qualidade de sagrado. A palavra normalmente usada no hebraico para santuário, lugar santo, capela, parte sagrada ou templo é “miqdãsh” [55]. No entanto, embora não muito coerente com o real significado de “qõdesh”, assim como em outras traduções, a Almeida Revista Corrigida e Atualizada justificam que, “firmamento de Seu poder” sugere “santidade” em sentido secundário [56], por isto traduzem como “santuário”.
É claro que, não podemos esquecer que o paralelismo da poesia hebraica nos permite interpretar “santuário” como sendo a habitação de Deus no céu, por paralelismo com “firmamento”. O sentido do original hebraico “qõdesh” também autoriza esta interpretação.
Segundo. O capítulo expressa apenas uma questão de louvor circunstancial de gratidão constante a Deus por todos os Seus feitos. O propósito primordial é Deus por todos os seus feitos. Um crescimento apoteótico de louvor universal, sem barreiras [57].
Com base nesta premissa, “não devemos poupar custos nem esforços. Louvemos a Deus com uma fé firme, com santo amor e deleite; louvemo-lo com inteira confiança no Senhor Jesus Cristo, com fé por seu triunfo sobre as potestades das trevas; louvemo-lo pelo respeito universal a todos os seus mandamentos, pela submissão jubilosa a todas as suas disposições; louvemo-lo por fomentar os interesses do reino de sua graça, pela esperança e expectativa viva do reino de sua glória, e por termos em vista que muito em breve devemos exalar o nosso último suspiro neste mundo. Enquanto ainda respiramos, louvemos ao Senhor; então exalaremos o nosso último suspiro com consolo em nossa alma”. [58]
Os versos dizem:
1. Louvai ao Senhor! Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no firmamento, obra do seu poder!
2. Louvai-o pelos seus atos poderosos; louvai-o conforme a excelência da sua grandeza!
3. Louvai-o ao som de trombeta; louvai-o com saltério e com harpa!
4. Louvai-o com adufe e com danças; louvai-o com instrumentos de cordas e com flauta!
5. Louvai-o com címbalos sonoros; louvai-o com címbalos altissonantes!
6. Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor!
Observe que, mesmo que traduzíssemos “qõdesh” “santidade”, como “santuário” ainda faltaria coerência exegética. O verso quatro não poderia ser uma explícita ordem para louvar a Deus com danças e tambores dentro do Santuário, pois se assim fosse teríamos que admitir, mediante o verso seis, que os animais deveriam, assim como nós, adorar a Deus dentro da igreja, pois o verso complementa “Tudo que tem fôlego”, o que tornaria o conselho bem estranho e próximo do ridículo.
Como visto, o capítulo em si é apenas um apelo e apresentação de que Deus é merecedor de todo o nosso louvor em todo lugar, circunstância e momento. Louvem ao Senhor no firmamento, na igreja, na escola, no trabalho, no campo, nas viagens, caminhando pela rua, em fim, em tudo louve ao Senhor, pois Ele é merecedor e digno. É claro que, não se trata de adorar através de louvor a Deus minuto a minuto do ciclo de vinte e quatro horas por dia, adorar e louvar a Deus possui valores mais significativos nos aspectos que envolvem nosso comportamento do que propriamente cantar por todo o momento. O canto e louvor musical deve ser uma resposta de todo o nosso ser que se reflete em todo o momento da vida. Nossa vida de gratidão, nossa conduta, linguajar, nossa resposta diante das dificuldades e injustiças e nossa devoção a Deus, constituem verdadeiras atitudes de adoração e louvor ao Senhor. Isto não deve ser visível apenas no santuário, mas em todo e qualquer ambiente.
A demonização dos tambores
Não podemos e não devemos em hipótese alguma demonizar os tambores. Embora esta classe de instrumentos, em nossos dias, esteja mais associada ao paganismo (candomblé, vodu, xamã), e ao mundanismo (Rock, samba, etc), ainda assim não é objetável em algumas circunstâncias. No entanto, seu uso deve ser restrito a atividades específicas (ex.: desbravadores) de imposição de marcha ou batalha. Os tambores, com este mesmo objetivo (com sabedoria e prudência), poderiam ser usados em músicas que expressam batalha como comumente é feito em músicas sacras e clássicas. Hinos como “Vencendo vem Jesus”, “Grande comandante”, e “Ó cristãos avante” são enriquecidos quando instrumentos de percussão são usados com sabedoria em sentido específico de batalha\marcha.
A exclusão do tambor da lista de instrumentos que Deus deu ao profeta Natan (II Crônicas 29:25,26) pode indicar não a demonização deste instrumento, mas a incapacidade de seu uso com sabedoria, prudência e habilidade específica para uma música e circunstância também específica. Não digo que Deus tenha proibido esse ou aquele instrumento, mas que houve uma clara orientação de um grupo de instrumentos e um ministério musical especial para o templo buscando diferenciar a música religiosa da música comum extra religiosa ou mundana, disso não há dúvidas. É provável que, toda instrução que o povo de Israel recebera de Deus a respeito da música, louvor e instrumentação tenham como objetivo diferenciar a adoração musical no santuário das adorações musicais praticadas nas religiões fetichistas, pagãs e mundanas. Se este não era um dos objetivos, então, porque Deus deixou de fora de sua lista os tambores quando naquela época era um dos instrumentos mais usados pelo povo? Por que Deus deixou de fora o instrumento mais cultural daquele tempo? Por que Deus não permitiu que o músico Davi escolhesse os instrumentos que seriam usados no Templo? Por que Deus mesmo teve que intervir e dar orientações e fazer exigências no tocante à preparação da música, os que fariam parte dela e os instrumentos que seriam usados?
Deve ser notado que antes da compilação da lista de instrumentos autorizados para o templo, os tambores não foram usados na segunda tentativa de transporte da arca, a qual foi bem sucedida, pois foi feita, em todos os aspectos, de acordo com a vontade de Deus. Portanto, podemos afirmar que a lista do templo foi apenas a explicitação de algo que já era sabido acerca da vontade de Deus para a adoração solene [59].
A respeito da ausência das flautas, Bacchiocchi assinala que este instrumento, assim como os demais, não puderam ser usado no Templo, por causa de sua associação com diversões seculares e mundanas [60] Inclusive, para Bacchiocchi,
“A música era rigidamente controlada na adoração do Templo para assegurar que estaria em harmonia com a santidade do lugar. Assim como o sábado é um Dia Santo, da mesma forma o Templo era um Lugar Santo onde Deus manifestava a Sua presença “entre o povo de Israel” (Êxodo 25:8; cf. 29:45). O respeito para com o Dia Santo de Deus e o Lugar Santo de adoração, exigia que nenhuma música ou instrumentos associados com a vida secular fossem usados no Templo” [61].
Embora não tenhamos claras condições de saber as razões pelas quais Deus não permitiu a entrada dos tambores no templo, devemos tenazmente admitir que, por ordem implícita de Deus, eles não entraram. Pastor Dorneles sugere que “a exclusão do tambor no Templo pode indicar que Deus não quis o instrumento na música de adoração por causa de sua relação direta com o misticismo e por sua influência no sentido de excitar as danças e embotar a consciência e o juízo. O ritmo do tambor que inclinava as pessoas à dança deveria estar fora do culto que requer a lucidez da mente para a compreensão da vontade de Deus. Além disso, uma vez que o templo era uma representação do trono de Deus, a música a ser usada ali deveria distinguir-se daquela usada nas celebrações profanas” [62].
Doutor Bacchiocchi a este respeito também afirma que “o estudo da música e da liturgia do Templo de Jerusalém, bem como do Santuário Celestial, foi muito instrutivo. ‘Vimos que, por respeito pela presença de Deus, instrumentos de percussão e música de entretenimento que estimula as pessoas fisicamente, não eram permitidos nos serviços do Templo, nem são usados na liturgia do Santuário Celestial. Para a mesma razão, instrumentos rítmicos e música que estimula as pessoas fisicamente em vez de elevá-las espiritualmente, está fora de lugar na igreja hoje. A adoração nos dois Templos, terrestres e celestial, também nos ensina que Deus deve ser adorado com grande reverência e respeito. Música na igreja não pode tratar Deus com frivolidade e irreverência. Deveria ajudar aquietar nossas almas e a responder a Ele em reverência” [63].
Eurydice Osterman, compositora e professora de música na Universidade de Oakwood em Huntsville, Alabama EUA, também escreveu que “uma possível explicação para não usar bateria pode ser que, por sua natureza, não é um instrumento melódico. Em toda a Bíblia, há numerosas referências para cantar e fazer ‘melodia’ com a voz e com instrumentos. Como a bateria não é capaz de fazer ‘melodia’, as Sagradas Escrituras não a apresentam como sendo usada no Santuário” [64].
Doutor e pastor Wolfgang Stefani, considera que “o ritmo, produzido mais propriamente pelo tambor, é a característica mais eminente e essencial da música africana, já amplamente relacionada com as experiências de transe e possessão” [65].
Hoje, alguns estudos, descobertas científicas sobre o comportamento do organismo diante do efeito da percussão e os trabalhos acadêmicos sobre tambores e bateria não favorecem seu uso para momentos em que é exigido a reflexão [66]. Mesmo em situações em que são usados para produzir hinos com significados de batalha espiritual e marcha, faz-se necessário possuir extrema habilidade e ponderação.
A este respeito, Hélio dos Santos Pothin, doutor em em Fisiologia Humana pela UFRGS e Professor de Fisiologia Humana na Universidade Federal de Santa Maria, RS destaca que:
O córtex pré-frontal é responsável pelo raciocínio, pensamento, razão, consciência, vontade, capacidade de decisão, etc. Para realizar essas funções ele recebe impulsos nervosos de outras partes do sistema nervoso central.
O tálamo é formado por várias divisões e está localizado abaixo do córtex, na região central do cérebro. Ele funciona recebendo as informações dos sentidos (visão, audição, gustação e tato) e enviando ou distribuindo as informações para outras regiões do cérebro, incluindo o córtex cerebral.
O hipotálamo está situado abaixo do tálamo e é formado por vários núcleos nervosos; cada um influencia uma determinada parte do sistema nervoso. Apesar de pequeno, o hipotálamo tem funções importantes no comando das ações autonômicas como: fome, sede, regulação da temperatura corporal, sono, vigília, secreção gastrintestinal, pressão sangüínea, batimentos cardíacos, apetite sexual, ato sexual, etc.
Para comandar ou influenciar tantas funções o hipotálamo envia suas mensagens através dos nervos e, também, através de hormônios pelo sangue. Ele envia hormônios para a glândula hipófise, a qual controla outras glândulas, inclusive as glândulas sexuais, através de hormônios, também.
Portanto, estímulos nervosos enviados pelo ouvido, provocados pelo som, chegam até o tálamo e ele envia, também, estímulos nervosos para o centro das emoções, para o córtex pré-frontal e para o hipotálamo.
Como a música Rock possui ritmos característicos os quais são transformados em estímulos nervosos numa freqüência determinada, chegando ao tálamo este também envia estímulos numa freqüência tal para o hipotálamo, córtex pré-frontal ou outro centro nervoso no cérebro. O hipotálamo entende essa freqüência como uma ordem para influenciar as glândulas periféricas, através dos hormônios da hipófise, a fim de liberar seus hormônios, os quais irão aumentar ou diminuir as funções dos órgãos específicos. De acordo com o ritmo da música, serão enviados estímulos elétricos em freqüências diferentes. Cada freqüência alcança locais diferentes no cérebro e pode influenciar funções diferentes ou diferentes comportamentos.
A música rock, portanto, têm poder de influenciar comportamentos como ira, violência, sexo e estimular a dependência do prazer. Assim, aumenta o desejo por drogas ou comportamentos que estimulem o prazer e, portanto, o vício.
Um dos centros nervosos que recebem impulsos do hipotálamo, do ouvido, da medula espinhal e outros centros, é um núcleo denominado Locus Cerúleos. Esse núcleo comunica-se, através de seus neurônios, com algumas partes do cérebro, e entre elas está o córtex pré-frontal. Quando ocorre estimulação intensa do Locus Cerúleos, ele faz com que noradrenalina (neurotransmissor) seja liberada dos terminais dos neurônios que chegam ao córtex pré-frontal. A atuação de níveis altos de noradrenalina no córtex pré-frontal atua como uma forma de “anestesia” das funções dessa região. Por isso, as funções de tomar decisões corretas ficam prejudicadas, pois o córtex pré-frontal não consegue buscar informações armazenadas na memória em outras regiões. Assim, a razão, o domínio próprio, a consciência ficam afetados. Como a razão fica ‘anestesiada’, as emoções dominam as ações. Como os hormônios foram liberados em maior quantidade pela estimulação do hipotálamo, o desejo sexual (e qualquer outra função) fica fora do controle da razão [67].
Segundo Tore Sognefest, mestre em música em Bergen, Noruega.
Problemas ocorrem quando interferimos com os ciclos e ritmos do corpo. Este é um fato muito conhecido pela medicina. Quando o corpo é exposto a estímulos desarmônicos variados e contínuos, vários dos mecanismos de stress de nosso corpo são postos em estado de alerta. Se estes mecanismos de defesa são excessivamente tensionados, a harmonia natural dos ritmos biológicos é perturbada. Isto causa desarmonia e pode conduzir a um colapso. A menos que o equilíbrio seja restabelecido, a situação de tensão pode resultar em uma desordem patológica fundamental [68].
Muitos outros artigos acadêmicos e conclusões empíricas da atualidade demonstram claramente que o corpo como um todo pode ser afetado diretamente pela música. No que diz respeito as emoções deletérias e o comportamento imoral, a música, especialmente percussiva pode desempenhar um nobre papel para tal [69].
Perigos que rodeiam o fundamento da IASDHá pouco tempo vi um comentário, em comunidades de debates sobre música, no qual alguém afirmava que determinados princípios do Santuário não são relevantes para os nossos dias. É claro que o objetivo principal era neutralizar as afirmações da ausência dos tambores a partir do Templo de Salomão. Essa afirmação é bastante perigosa, pois alguns ritos do santuário que eram apenas sombras dos acontecimentos futuros de fato eram transitórios, mas os valores e princípios que giravam em torno do contexto do santuário são imutáveis. Invalidar princípios do santuário, principalmente os que se contextualizam com a adoração é abrir margem para invalidar valores maiores atingindo consequentemente todo o seu conjunto de significados que revelam o conflito entre o bem e o mal e especialmente aqueles que envolvem a redenção humana esboçada para o passado, presente e futuro. Creio que este seria o propósito de Satanás, uma vez que ele se apercebeu que criamos uma muralha maciça em torno desta doutrina, devido às advertências do Espírito de Profecia quanto aos ataques que surgiriam a estes ensinos que sustentam o Santuário e naturalmente as bases do movimento Adventista. Como, certa feita, bem expressou um dissidente ex adventista: “invalide a doutrina do Santuário e será mais fácil destruir o movimento como um todo” [70].
Será que o inimigo, além de camuflar a verdadeira adoração com costumes pagãos e mundanos com um suposto aproveitamento e utilização da cultura para pregação do evangelho, não estaria preparando um ataque sutil, começando por uma invalidação baseada aparentemente em questões menores, para alcançar as maiores? Não tenho dúvida que, afirmar que a liturgia do santuário não diz nada para nós hoje é abrir precedentes para invalidar questões maiores, até chegarmos à conclusão de que nem tudo no santuário transmite verdades importantes para os dias atuais e assim corroer aos poucos aquilo que fundamenta a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Não estou afirmando que devemos trazer os ritos do antigo Templo para a igreja atual, mas advertindo que até os princípios expressos e incubados na doutrina do Santuário tem passado por sérios ataques, especialmente os que refletem adoração. Percebem como existe extrema sutileza nestes combates aos princípios expressos ali mesmo que musicais?
Lembremo-nos que, no conflito final, as revelações contidas no livro do Apocalipse, especialmente o capítulo 14, apresentam um acirrado combate baseado em tudo o que esteja permeado de verdadeira e falsa adoração. Não é de se admirar que os alicerces que sustentam a verdadeira adoração, além do próprio estilo de vida, se baseiem também na observância do Sábado e no culto entoado por cânticos?
Mas e quanto à situação da música no movimento adventista atual?
É válido lembrar que a Igreja Adventista do Sétimo Dia não é contra a modernização da música; na realidade ela é fundamental e necessária. No entanto, devemos avançar nesta direção aplicando princípios de censura espiritual e bíblica naquilo que escolhemos e selecionamos. Todo cuidado ainda é pouco no uso de métodos para alcançar as pessoas com as boas novas do Evangelho. No entanto, como a revelação nos alertou “a conformidade aos costumes mundanos converte a igreja ao mundo; jamais converte o mundo a Cristo” [71]. Falando a respeito do povo de Israel, Ellen White nos adverte que os israelitas não compreendiam que serem neste sentido diferentes de outras nações era um privilégio e bênção especiais. Deus havia separado os israelitas de todos os outros povos, para deles fazer Seu tesouro peculiar. Eles, porém, não tomando em consideração esta alta honra, desejaram avidamente imitar o exemplo dos gentios! E ainda o anelo de conformar-se às práticas e costumes mundanos existe entre o povo professo de Deus. Afastando-se eles do Senhor, tornam-se ambiciosos dos proveitos e honras do mundo. Cristãos acham-se constantemente procurando imitar as práticas dos que adoram o deus deste mundo. Muitos insistem em que, unindo-se aos mundanos e conformando-se aos seus costumes, poderiam exercer uma influência mais forte sobre os ímpios. Mas todos os que adotam tal método de proceder, separam-se desta maneira da Fonte de sua força. Tornando-se amigos do mundo, são inimigos de Deus. Por amor à distinção terrestre, sacrificam a indizível honra a que Deus os chamou, honra esta de mostrarem os louvores dAquele que nos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz. I Pedro 2:9 [72].
Como bem expressou o pastor Erton Koller, “precisamos modernizar, porém sem mundanizar” [73].
Por outro lado, não é sábio de nossa parte sair por ai condenando as pessoas. Devemos pregar, ensinar, dialogar e sempre, no espírito cristão, buscar ajudar as pessoas a compreenderem melhor os aspectos que envolvem a adoração através da liturgia e música com muita paciência e com amor fraternal. Nem todos receberam a luz a este respeito. Muitos têm oferecido louvores com muita sinceridade e na ignorância, Deus os tem aceitado. Mas, devemos ter extremo cuidado, pois Deus também não aceitará louvores daqueles que persistentemente preferem permanecer na ignorância.
Conclusão
Como comumente destacado, progressivamente Deus conduziu Israel a um reavivamento e reforma. Os costumes aprendidos no Egito tiveram grande parcela em conduzir o povo a diversas rebeliões e desobediência. Outros nem quiseram sair do Egito por terem se habituado de tal maneira aos costumes ali existentes [74]. Ellen White esclarece que “se houvessem sido obedientes à Sua palavra, logo teriam entrado na terra prometida. Eles foram, porém, desobedientes e rebeldes, e durante quarenta anos viajaram no deserto” [75].
Deus desejava imprimir Suas leis e Seu caráter em Seu povo, pois assim escreveu o patriarca, “Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os Seus mandamentos” (Deuteronómio 8:2).
White traça um paralelo entre a experiência de Moisés na escola do deserto com a do povo de Israel [76]. Interessante notar que, “Por quarenta anos a incredulidade, a murmuração e a rebelião excluíram o antigo Israel da terra de Canaã. Os mesmos pecados têm retardado a entrada do Israel moderno na Canaã celestial. Em nenhum dos casos houve falta da parte das promessas de Deus. É a incredulidade, o mundanismo, a falta de consagração e a contenda entre o professo povo de Deus que nos têm detido neste mundo de pecado e dor por tantos anos” [77]. Independente de tambores ou danças, partindo para um conceito que excede questões exteriores, nossa vida precisa ser pautada por santidade e pureza interna. Nossa vida pertence a Deus e todos os nossos atos que são materializações do nosso interior devem ser como cheiro suave a Deus expressando verdadeiro louvor e adoração ao Senhor. O reavivamento e reforma tão divulgado hoje precisa estar permeado dos valores que nos levarão a um verdadeiro reavivamento. A música também deve ser um dos fatores de reforma e reavivamento, e não poderia deixar ser, pois, como o conflito envolve adoração, não é possível separar a música deste contexto. Neste ínterim, é válido nos lembrarmos da advertência da mensageira do Senhor de que a “música se tornará um laço”. [78]
A música é um dos veículos que podem nos conduzir à verdadeira ou falsa adoração. Aqueles que insistem em ensinar que o importante é a letra e não a estrutura da música, estão fazendo uso do mesmo pseudo-dialético evangélico ao dizerem que o importante é adorar a Deus e não o dia da semana que se guarda para adorar. Este mesmo raciocínio relativista tem sido frequentemente usado em detrimento de diversas doutrinas e princípios bíblicos ensinados e requeridos por Deus levando o mundo religioso a um falso reavivamento. Vários eruditos da teologia evangélica têm feito uso deste silogismo para perpretar a observância do domingo ensinando que na verdade o que importa para Deus não é o dia em si, mas o princípio existente nesse dia, o de adorar a Deus na mais pura sinceridade humana. Com isto advogam a idéia de que, não existe lei quando tudo é feito com sinceridade.
Observe que a sinceridade é aliada da ignorância ou da verdade. Deus somente aceita o erro quanto ele parte de um coração sincero que não conhece a verdade de Deus. Neste caso, podemos considerar sem nenhuma margem de erro que a oferta de Caim não pode ter sido sincera, e por esta razão é que foi recusada. A este respeito, servindo de lição para todos nós em pleno século XXI, White esclarece que Abel “estava determinado a adorar a Deus de acordo com a orientação dada por Ele. Isso desagradava Caim. Ele achava que seus próprios planos eram os melhores, e que o Senhor chagaria a um acordo com ele” [79]. Também esclarece que no caso de Caim e Abel, temos o modelo de duas classes que haverá no mundo até o fim do tempo, e esse tipo é digno de estudo aprofundado. Havia uma diferença marcante no caráter desses dois irmãos, e essa mesma diferença é vista hoje na família humana. Caim representa os que vivem pelos princípios e pelas obras de Satanás, adorando Deus à sua própria maneira. A exemplo do líder que seguem, eles estão dispostos a prestar obediência parcial, mas sem submissão completa a Deus[80].
Concluo com duas citações do Espírito de Profecia muito pertinentes e que não podem ser subestimadas. Observe e guarde-as no coração. Falando a respeito dos últimos dias, imediatamente antes do fechamento da porta graça, White diz que:
Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, música e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se pode confiar neles quanto a decisões retas. E isto será chamado operação do Espírito Santo. [81]
Também escreveu que:
“Tudo parecia preparado para o trabalho de satanás. Ele convenceu muitos a porem de lado a razão e o discernimento e serem governados por impressões. O Senhor requer que Seu povo empregue a razão, e não a ponha de lado por impressões. Sua obra será compreensível a todos os Seus filhos. Seus ensinos serão de molde a se recomendarem ao entendimento das pessoas estudiosas. São designados a elevar a mente…Foram-me mostrados grupos em confusão, movidos por espírito equivocado, todos fazendo ruidosas orações, alguns clamando de um jeito, outros de outro; e era impossível dizer o que era som de flauta ou de harpa. “Deus não é Deus de confusão, senão de paz” (ICo 14:33). Satanás penetrou neles e controlou as coisas como bem quis. A razão e a saúde foram sacrificadas no altar desse engano. Deus não quer que seu povo imite os profetas de Baal, afligindo o corpo, gritando e clamando, em desvairadas atitudes e sem nenhuma consideração para com a ordem, até se lhes esgotarem as forças. Religião não consiste em ruidosas manifestações; contudo, quando o coração está cheio do Espírito do Senhor, glorifica a Deus com suave e sincero louvor [82].
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Referencias Bibliográficas
[1] COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. E Agora Como Viveremos?, p. 36
[2] DORNELES, Vanerlei. Cristãos em Busca do Êxtase, p. 192
[3] Idem, p. 193, 194
[4] Bíblia de estudo indutivo Vida Nova, p. 86.
[5] Manual Bíblico Vida Nova, p. 156.
[6] Comentário bíblico Adventista del Septimo Día (Publicações Interamericanas, 1981), 1:531-532.
[7] Ibid., 1:545.
[8] WHITE, Ellen G. Patriarcas e profetas (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1995) 157.
[9] CHAMPLIN, Russell Norman.O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo 1:332.
[10] WHITE, Ellen G. Patriarcas e Profetas, p. 248
[11] Ibdem
[12] Idem, p.258
[13] Ibdem
[14] Ibdem
[15] Idem. p. 259
[16] Ibdem
[17] Ibdem
[18] Idem. p.260
[19] Ibdem
[20] Idem. p. 282
[21] Idem. p. 310
[22] Idem. p. 315
[23] Ibdem
[24] Ibdem. p.316
[25] Ibem
[26] Idem. p.320
[27] DORNELES, Vanderlei. Cristãos em Busca do Êxtase, p. 15-24
[28] Idem, p. 25
[29] BASTOS, apude Gilberto Theiss. Música e o Grande Conflito, p. 36
[30] ELIADE, Mircea. apude Gilberto Theiss. Música e o Grande Conflito, p. 36
[31] Ibdem
[32] SPARTA, apude Gilberto Theiss, Música e o Grande Conflito, p. 35
[33] BASTOS, apude Gilberto Theiss. Música e o Grande Conflito, p. 36
[34] Gilbert Rouget, apude Gilberto Theiss. Música e o Grande Conflito, p.36
[35] ROUGET, apude Gilberto Theiss. Música e o Grande Conflito, p. 36
[36] MARASCHIN, Jaci. apude Gilberto Theiss. Música e o Grande Conflito, p. 36
[37] WHITE, Ellen G. Patriarcas e Profetas, p. 260
[38] DORNELES, Vanderlei. Cristãos em Busca do Êxtase, p. 191-195
[39] BACCHIOCCHI, apude THEISS, Gilberto G. Música e o Grande Conflito, p. 99-101.
[40] WIKIPEDIA.
[41] Ibdem
[42] MANUAL Bíblico Vida Nova, p. 360; MOODY, Comentário Bíblico (Ver introdução)
[43] Idem, p. 360
[44] ALLEN, Leslie E. BAIGENT, John W. Comentário Bíblico NVI, p. 756.
[45] MOTYER, J. A. Comentário Bíblico Vida Nova, p. 735.
[46] MOODY, Comentário Bíblico (Ver introdução, 4)
[47] AGOSTINHO, Santo. Comentário aos Salmos, v. 9/3, p. 1167
[48] LASOR William, S. Introdução ao Antigo Testamento,p. 467.
[49] WHITE, Ellen G. Fundamentos da Educação Cristã, p. 371
[50] RICHARDS, Lawrence. Comentário Bíblico do Professor, p. 375.
[51] MOTYER, J. A. Comentário Bíblico Vida Nova, p. 881.
[52] SCHOKEL, Luís Alonso; CARNITI, Cecília. Salmos II, p. 1668.
[53] Idem. p. 1669.
[54] KIDNER, Derek. Salmos 73-150: Comentário Bíblico da Série Cultura Bíblica, p. 495
[55] DICIONÁRIO Internacional de Teologia, p. 1320 – 1325; HOLLADAY, William L. Léxico Hebraico e Haramaico do Antigo Testamento, p. 299, 446-447.
[56] KIDNER, Derek. Salmos 73-150: Comentário Bíblico da Série Cultura Bíblica, p. 495
[57] UNGER, Merril F. Manual Bíblico Unger, p. 233.
[58] HENRY, Matthew. Matthew Henry’s commentary: 217
[59] DORNELES, Vanderlei. Cristãos em Busca do Êxtase,p. 193 e 194
[60] BACCHIOCCHI, Samuele. O cristão e a música Rock, p. 178
[61] Idem, p. 179
[62] DORNELES, Vanderlei. Cristãos em Busca do Êxtase, p. 193
[63] BACCHIOCCHI, Samuele. Música, Teologia do Louvor e Adoração a Deus, p. 22 – Material Produzido editado pela União Este Brasileira da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
[64] OSTERMAN, Eurydice. O que Deus diz sobre a Música, p. 72
[65] DORNELES, Vanderlei. Cristãos em Busca do Êxtase, p. 193
[66] OSTERMAN, Eurydice. O que Deus diz sobre a Música, p. 80-90; THEISS, Gilberto G. A Música e o Grande Conflito, cp. 1
[67] POTHIN, Hélio. O poder da Música sobre o cérebro. . Acesso em 11 de julho de 2011.
[68] SOGNEFEST, Tore. Os efeitos da música rock. . Acesso em 11 de julho de 2011.
[69] Muitos artigos podem ser lidos a este respeito em
[70] O site desta afirmação não deve ser citado por questões de ética.
[71] WHITE. Ellen G. O Grande Conflito, p. 509
[72] Idem.. Patriarcas e Profetas, p. 607
[73] PAULISTANA.
[74] WHITE, Ellen G. Patriarcas e Profetas, p.260
[75] Idem. Fundamentos da Educação Cristã, p.505
[76] Idem. Educação,p. 64
[77] Idem. Manuscrito 4, 1883
[78] Idem. Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 37
[79] Idem. Manuscript Releases, v. 14, p. 115, 116
[80] Idem. Signis of the Times, 23 de dezembro de 1886
[81] Idem. Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 31-39
[82] Idem. Testemunhos para a Igreja, vol. 1, p.230, 231.
FONTE: http://www.musicaeadoracao.com.br/artigos/meio/cronologia_salmo_150.htm
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