quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Um Templo Misterioso e seus Vastos Tesouros


O rei Dario da Medo-Pérsia, na presença de um grupo de homens notáveis, perguntou a cada um de seus três jovens guardas: o que eles consideravam ser o mais forte poder. O primeiro respondeu: “O vinho.” Disse o segundo: “É o rei.” O terceiro disse: “A mulher.” Isto levou a uma discussão do assunto entre o rei e os seus nobres.
De repente, um homem chamado Orobabel disse:
“Senhores, a Terra é vasta e o céu é alto, e o Sol faz depressa o seu curso, pois circula em torno do céu e volta ao seu ponto de partida em apenas um dia. Não é grande quem faz estas coisas? Assim a verdade é grande e maior que tudo. Toda a Terra proclama a verdade e o céu a abençoa. O vinho não é justo, o rei não é justo, a mulher não é perfeita, e todos os filhos dos homens também não são justos; não há neles verdade e por sua injustiça perecerão. Mas a verdade permanece e é forte para sempre, e para sempre vive e reina. Não há de sua parte parcialidade ou preferência. Mas faz o que é justo, e não o que é errado e ímpio. Todos os homens aprovam os seus feitos, e não há injustiça em seu julgamento. A ela pertence o poder, a dignidade real, a autoridade e majestade em todos os séculos. Bendito seja o Deus da verdade.”
Quando ele parou de falar, todos aplaudiram e disseram: “A verdade é grande, supremamente forte.” Certamente a verdade de Deus é o maior poder, a mais segura posse, o mais precioso tesouro. Assim vamos aprender sobre a verdade de Deus com respeito a nossa salvação.

Salomão disse:
(Prov. 23:23): “Compra a verdade e não a vendas; compra a sabedoria, a instrução e o entendimento.”
Hoje, ao vocês verem a verdade de Deus em contraste com o erro, entesourem a verdade, sigam a verdade em sua vida. Ela paga grandes dividendos.

Recapitulação

Vocês se lembram da grande cadeia profética e matemática que no ano 539 A. C. anunciou o ano do batismo e unção de Jesus, nosso Senhor, e o ano de Sua morte na cruz. Recordam de que durante o tempo do Império Romano, a verdade do evangelho de Jesus Cristo, os ensinos da Palavra de Deus, foram lançados por terra. Esta profecia encontrou completo cumprimento no quarto século, quando o imperador Constantino amalgamou o cristianismo com o paganismo.
Quando a visão de todos aqueles fatos passou ante os olhos de Daniel, como se projetados numa tela, o profeta ficou sobremodo perplexo. Ele deve ter pensado: “Será possível que a pura verdade de Deus como praticada e ensinada por Cristo será pouco depois lançada por terra?” Até os próprios anjos estavam interessados neste fato. Dois deles estabeleceram a seguinte conversação na presença de Daniel:
“Depois ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão… da transgressão assoladora?” (Dan. 8:13.) Em outras palavras: “Até quando ficará a verdade lançada por terra e coberta com a tradição?” A resposta foi: “Até duas mil e trezentas tardes e manhãs, e o santuário será purificado.” (Dan. 8:14.) Segundo este texto inspirado, no final dos 2.300 anos, em 1844, o evangelho puro reapareceria no mundo como havia sido pregado nos primeiros séculos da igreja cristã. Conseqüentemente, haveria dois acontecimentos em1844: a purificação do santuário, ou o juízo, e a restauração da pregação do evangelho puro, isto é, das santas doutrinas das Escrituras a todo o mundo. Este reavivamento foi profetizado como devendo acontecer no meio do século dezenove.
As palavras “santuário será purificado”, referem-se na linguagem hebraica ao juízo investigativo que devia ocorrer no Céu em 1844. O outro acontecimento – a pregação do evangelho – teria lugar na Terra. Estes dois acontecimentos paralelos foram também mencionados em outra profecia, dada a João no ano 90 A. D. :
(Apoc. 14:6 e 7): “Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.”
Para compreender o significado da purificação do santuário, precisamos nos imaginar de novo no Éden. Adão e Eva haviam desobedecido a Deus. Essa desobediência tinha que ser expiada e para isto um sacrifício era levado à presença de Deus.
Imaginemo-nos agora 1.500 anos antes de Jesus Cristo, quando os hebreus estavam sendo guiados por Moisés. Estudemos o significado do seu sistema religioso de ritos e cerimônias. Muito aprenderemos de seu culto simbólico. É um estudo fascinante. Leiamos o que Deus disse a Moisés:
(Êxo.25:8, 9 e 40): “E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles. Segundo tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis.” “Vê, pois, que tudo faças segundo o modelo que te foi mostrado no monte.”
Dada a falta de tempo, eu gostaria de comentar apenas brevemente os capítulos 25 e 40 de Êxodo, que dão os pormenores da construção do santuário. O livro de Levítico também dá minuciosa descrição dos impressivos serviços religiosos realizados no santuário. E no livro de Hebreus, no Novo Testamento, aprendemos o significado para a igreja cristã deste sistema simbólico de culto. Ele mostra a relação do sistema hebreu para com o culto da verdadeira igreja cristã de hoje.
A Moisés foi mostrado no Monte Sinai o templo de Deus no Céu e um modelo para a construção do templo dos hebreus. Deus queria que a nação hebraica tivesse a certeza de que Ele, o Autor da Vida, estava com eles. Queria dar aos israelitas uma idéia de quanto custou a Deus redimir o pecador arrependido.
Observem, amigos, que há dois santuários: o celestial e o terrestre. A fim de compreendermos a existência do santuário terrestre, leiamos:
Êxo. 25:8: “E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles.”
E notemos agora o que Paulo diz sobre a existência do santuário celestial:
(Heb. 8.1 e 2; 9:9 e 11): “Ora, o essencial das coisas que temos dito é que possuímos tal sumo sacerdote, que se assentou à destra do trono da Majestade nos céus, como ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem.” “Que é uma alegoria para o tempo presente, em que se oferecem dons e sacrifícios que, quanto à consciência, não podem aperfeiçoar aquele que faz o serviço” “Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação”
Podemos então dizer que o santuário terrestre era uma figura do celestial. O templo e suas cerimônias eram todos uma figura ilustrada do santuário do Céu. Posso dar este simples exemplo:
Um menino pequeno gosta de brincar com o seu trenzinho elétrico, que é na verdade apenas uma figura dos trens de verdade. Da mesma maneira o antigo santuário, dado aos hebreus em miniatura, era apenas um modelo ou figura do celestial.

O Santuário

O santuário foi logo construído em sua forma retangular, com seu mobiliário e suas cortinas de linho. Ali estavam o altar sobre o qual se ofereciam os sacrifícios, a pia para as abluções do sacerdote, etc. O sacerdote lavava as mãos e os pés antes de entrar no lugar santo do santuário.
O santuário era, como já dissemos, retangular, e tinha dois compartimentos. O primeiro compartimento tinha cerca de 5 metros de largura por 10 de comprimento, e era chamado “lugar santo”. O segundo, separado do primeiro por uma cortina, tinha 5 metros por 5, e era chamado “lugar santíssimo.” Somente os sacerdotes podiam entrar no lugar santo do santuário. Mas no segundo compartimento, o “santíssimo,” somente o sumo sacerdote podia entrar uma vez ao ano, para a cerimônia da purificação do santuário.
Havia no lugar santo três móveis: a mesa com os pães da proposição, o castiçal de ouro e o altar de incenso. Neste altar o próprio Deus acendeu o primeiro fogo, que foi conservado aceso permanentemente. No lado oposto do altar de incenso estava suspenso o incensário de ouro, que o sumo sacerdote usava quando entrava no lugar santíssimo. Ao entrar, ele balançava o incensário para que estivesse ele próprio envolto na nuvem de fumo do incenso, na gloriosa presença de Deus.
No lugar santíssimo estava a arca do concerto, coberta por dentro e por fora de fino ouro. Sobre ela estavam dois anjos, também de ouro, que representavam os querubins no Céu junto de Deus. A arca é chamada o trono de graça. Dentro da arca estavam as duas tábuas da lei, os Dez Mandamentos.
Nesta altura quero chamar sua atenção para outra lei escrita num livro, e posta ao lado da arca. Esta lei era chamada “lei de Moisés,” ou “lei cerimonial.” Deveria ser abolida com a morte de Jesus, que estava ainda no futuro. Ela disciplinava o cerimonialismo sobre o sacrifício expiatório de Jesus, Sua intercessão pelo pecador, a restauração deste mundo para eterna felicidade dos salvos.

Os Serviços do Tabernáculo

Deus deu ao homem a liberdade de escolha. Ao sair das mãos do seu Criador, o homem era um ser moral livre, e podia escolher a vida eterna ou a morte eterna. Se decidisse obedecer a Deus, teria vida eterna; ao contrário, desobedecendo a lei de Deus pecaria, e a conseqüência seria a morte. Lemos nas Escrituras:
(I S. João 3 :4): “Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei.”
A guarda da lei divina não salva a ninguém; sua única função é revelar o pecado, como foi dito por S. Paulo:
(Rom 7:7): “Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás.”
Deus o Pai e Seu Filho Jesus Cristo não podiam Se conformar em que o homem criado à Sua imagem e semelhança, para Sua glória, morresse eternamente como conseqüência da transgressão. Assim, com o consentimento do Filho, planejou a redenção do homem desde o início, para que Jesus Cristo pagasse o preço da penalidade de nossos pecados.
Pudesse a lei de Deus que estava dentro da arca ter sido mudada, e isso significaria a negação da Onipotência, Onisciência e perfeição do Criador. Mudar a lei seria o mesmo que dizer que Deus havia estabelecido uma lei que estava fora da possibilidade do homem guardar. Se a lei pudesse ser posta de lado, não teria sido necessário a morte expiatória de Jesus. Mas a lei é eterna e reclama a morte do pecado. Sendo Cristo o Criador do homem, só Ele poderia cumprir tal requisito.
(Heb. 9 :22): “Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão.”
A lei de Moisés, ensinava que quando um israelita pecasse pela transgressão dos Dez Mandamentos, devia levar uma oferta – um cordeiro ou outro animal especificado – e colocando sua mão sobre a cabeça do animal, confessasse o seu pecado. O próprio pecador tinha de imolar o animal na presença do sacerdote, o qual colocava o sangue nos cantos do altar. Isto era uma vívida lembrança ao pecador de como Cristo, a inocente vítima, deveria morrer no futuro pelos pecados da humanidade.
Mas além disto, o sacerdote oferecia pela manhã e pela tarde um cordeiro em sacrifício pelo pecado de todo o povo. O sangue era então levado para o santuário e espargido no véu que separava o lugar santo do santíssimo. Simbolicamente ele estava levando perante Deus seu próprio sangue e os pecados do povo. Assim os pecadores voltavam justificados para suas tendas, e seus pecados em tipo ficavam no santuário.

A Purificação do Santuário

Ao final do ano religioso a nação judaica celebrava uma cerimônia muito solene chamada a Purificação do Santuário, que o moderno hebreu chama de Dia do Perdão. Esta impressiva cerimônia com todo o seu esplendor é descrita em pormenores em Levítico, capítulos 16 e 23. Era celebrada no 10º dia do 7º mês, que corresponde à terceira semana do nosso mês de outubro. Este era considerado pelos judeus como dia de juízo, e se o pecador não confessasse todos os seus pecados cometidos durante o ano antes do dia da expiação, ele era cortado do povo. (Lev. 23:29)
Uma vez, em certo país, uma vizinha de um evangelista, judia, veio visivelmente agitada. Disse que tinha um problema que não sabia como resolver. Disse: “Sou casada há sete meses, mas antes do casamento eu disse a meu marido que eu era solteira, quando na realidade sou viúva. Agora tenho medo que se contar a verdade a meu marido, ele me abandone. Amanhã é o dia da expiação, e se eu não confessar este pecado a Deus e a meu marido, serei cortada do povo de Deus.” Ela concluiu com amargo pranto: “Mas se eu confessar, meu marido poderá deixar-me.”
Ela lhe disse que seu esposo era bom para ela, e o evangelista aconselhou-a que lhe dissesse a verdade. Aconselhou-a para lhe pedir perdão, orar a Deus e assim preservaria o seu lar. Ela prometeu fazê-lo. Não se sabe o resultado, pois na manhã seguinte o evangelista viajou. Mas este relato dá uma idéia da importância do Dia da Expiação para o antigo povo de Deus.
Já mencionamos que a purificação ocorria no 10º dia do 7º mês. O primeiro dia desse mês era o “soar das trombetas”, ou dia das trombetas, em que os israelitas examinavam o coração, a fim de pôr sua vida em harmonia com a lei divina antes do 10º dia, que era o da expiação, ou purificação do santuário.
Esta cerimônia era oficiada exclusivamente pelo sumo sacerdote. No início deste solene ritual, o povo devia pôr-se de joelhos ao redor do tabernáculo, examinando a consciência e confessando a Deus todos os seus pecados.
Enquanto o povo orava a Deus, o sumo sacerdote, auxiliado pelos sacerdotes e levitas, tomava dois bodes, um para Deus e outro para Azazel, ou diabo. Depois de sobre eles lançar sorte para que se separasse um para o Senhor e o outro para Satanás, o sacerdote colocava a sua mão sobre a cabeça do bode que simbolizava Cristo, confessando todos os pecados que em tipo haviam sido levados para o santuário durante todo o ano. Então matava o animal, aparando o sangue numa vasilha.
Depois de lavar as mãos e os pés na pia de cobre como sinal de purificação moral e espiritual, ele entrava no lugar santo. Tomava então o incensário de ouro que estava ao lado do altar de incenso, abria as cortinas que separava o santo do santíssimo, e entrava no compartimento interior onde a nuvem de incenso o escondia da glória de Deus. Diante da arca, ele aspergia o sangue sete vezes. Isto simbolizava o fato de a lei requerer o sangue do pecador. Prefigurava esta cerimônia a morte de Jesus como satisfação à exigência da lei, havendo sido o Seu sangue derramado em substituição de todos os pecadores arrependidos.
Então o sumo sacerdote retornava ao lugar santo onde aspergia sete vezes o sangue sobre o altar de incenso. Depois de terminar esta parte da cerimônia, saía para o pátio onde um sacerdote solenemente lhe apresentava o bode que representava Satanás. Agora ele confessava sobre a cabeça deste bode todos os pecados que o sumo sacerdote em tipo havia tirado do santuário. Por esta cerimônia simbólica o santuário ficava purificado de todos os pecados confessados durante o ano. Mais tarde um levita era indicado para levar ao deserto o bode de Azazel, onde era abandonado para morrer.
Vejam, amigos, que este bode – Azazel – não era sacrificado, mas simplesmente abandonado.

O Fim dos Sacrifícios Terrestres

Todos os tipos e cerimônias diárias como anuais foram ordenadas pela lei cerimonial e apontava para a morte de nosso Senhor Jesus Cristo no ano 31 A. D. Jesus foi o cumprimento desses tipos. Quando da Sua crucifixão, no preciso momento em que o sacerdote estava para imolar o cordeiro pascoal, o véu do templo rasgou-se de alto a baixo, houve um grande terremoto, e a vítima escapou da mão do sumo sacerdote. Jesus havia então rendido o espírito, dando fim aos símbolos. (Mat. 27:50, 51) E o apóstolo S. Paulo é quem afirma: (I Cor. 5 :7): “Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado.”

Aplicação ao Santuário Celestial

O átrio interior no qual o santuário estava construído simbolizava a obra de Cristo na Terra, e o templo, ou santuário simbolizava Sua obra no Céu. O altar do sacrifício estava localizado no átrio exterior, onde a vítima era oferecida. Falando deste ponto, o apóstolo S. Paulo diz:
(Heb. 8:1 e 2): “Ora, o essencial das coisas que temos dito é que possuímos tal sumo sacerdote, que se assentou à destra do trono da Majestade nos céus, como ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem.”
A pia entre o altar de sacrifício e a entrada do templo, onde o sacerdote devia lavar as mãos e os pés antes de entrar no lugar santo, simbolizava o seguinte: Antes de entrar nas mansões eternas, depois de haver aceito o sangue de Cristo como meio de perdão dos pecados, cada um de nós deve purificar a consciência.
Analisemos o significado deste símbolo terrestre em relação com o santuário celestial. S. Paulo diz:
(Heb. 9:1-5): “Ora, a primeira aliança também tinha preceitos de serviço sagrado e o seu santuário terrestre. Com efeito, foi preparado o tabernáculo, cuja parte anterior, onde estavam o candeeiro, e a mesa, e a exposição dos pães, se chama o Santo Lugar; por trás do segundo véu, se encontrava o tabernáculo que se chama o Santo dos Santos, ao qual pertencia um altar de ouro para o incenso e a arca da aliança totalmente coberta de ouro, na qual estava uma urna de ouro contendo o maná, o bordão de Arão, que floresceu, e as tábuas da aliança; e sobre ela, os querubins de glória, que, com a sua sombra, cobriam o propiciatório. Dessas coisas, todavia, não falaremos, agora, pormenorizadamente.”
E falando dos ritos que celebravam no santuário terrestre, o apóstolo acrescenta:
(Heb. 9:6 e 7): “Ora, depois de tudo isto assim preparado, continuamente entram no primeiro tabernáculo os sacerdotes, para realizar os serviços sagrados; mas, no segundo, o sumo sacerdote, ele sozinho, uma vez por ano, não sem sangue, que oferece por si e pelos pecados de ignorância do povo,”
O significado de todas estas cerimônias é claramente explanado nas seguintes passagens:
(Heb. 9:8, 11 e 12): “querendo com isto dar a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do Santo Lugar não se manifestou, enquanto o primeiro tabernáculo continua erguido.” “Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação, não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção.”
Os pães da proposição representavam duas coisas:
1º: Cristo, o Pão da vida;
2º: A Palavra de Deus, as Sagradas Escrituras. De suas páginas recebemos nosso diário alimento espiritual que nos torna imunes ao vírus do pecado.
O castiçal com as sete lâmpadas tinha dois significados:
(1) Todo verdadeiro filho de Deus deve ser uma luz em meio das trevas do pecado.
(2) Os sete braços do castiçal representam as sete épocas da igreja cristã apostólica até o fim do mundo. Podemos ler isto nos primeiros três capítulos do livro de Apocalipse.
O altar de incenso era um símbolo do santuário celestial onde são recebidas as petições dos filhos de Deus, enviadas pela fé ao trono da graça. Esta verdade é maravilhosamente descrita nas seguintes passagens:
(Heb. 8:3, 4; 4:14-16): “Pois todo sumo sacerdote é constituído para oferecer tanto dons como sacrifícios; por isso, era necessário que também esse sumo sacerdote tivesse o que oferecer. Ora, se ele estivesse na terra, nem mesmo sacerdote seria, visto existirem aqueles que oferecem os dons segundo a lei” “Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.”
Consideremos o lugar santíssimo. Ele representava o trono de Deus, e a lei como fundamento do Seu governo – os Dez Mandamentos. Neste compartimento, santo e glorioso mais do que se possa dizer, está prefigurado o juízo investigativo, tendo a lei divina como norma.
Vocês lembram que o serviço terrestre do juízo tinha lugar uma vez ao ano, ao passo que no Céu será uma vez por todo o tempo. De acordo com a profecia dos 2.300 anos, este juízo começou em 1844. Terminará justo antes da 2ª Vinda de Cristo. É o que se confirma nas seguintes passagens:
(Heb. 9 :23-27): “Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que se acham nos céus se purificassem com tais sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios a eles superiores. Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus; nem ainda para se oferecer a si mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santo dos Santos com sangue alheio. Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado. E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo”
Portanto temos estado vivendo há 156 anos no soleníssimo tempo do juízo investigativo que se processa no tribunal do Céu. Este juízo precede o fim de todas as coisas.
Meus amigos, vocês estão preparados para tão importante acontecimento? De acordo com as Escrituras, com a morte de Cristo nosso Senhor, o sacerdócio levítico foi anulado com todas as suas leis e cerimônias. Isto é testificado pelo fato de que ao morrer Jesus, o “véu do templo rasgou-se de alto a baixo.” (S. Mat. 27:51)
O rompimento do véu tipifica também que da morte de Cristo até o fim do tempo, não há mais necessidade de sacerdotes para irmos à presença de Deus, mas que o caminho para o santuário celestial, onde Cristo Jesus é nosso Sumo Sacerdote, está aberto a cada pessoa pela oração através da fé.
Com a mudança do sacerdócio da Terra para o Céu, Cristo não abandonou o Seu povo fiel, Ele organizou a Sua igreja própria, como lemos no Livro inspirado:
(Col. 1:17 e 18): “Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia”
Estes textos declaram sem sombra de dúvida que Cristo é a única cabeça da igreja visível. Ele é a cabeça invisível da igreja visível. Cristo guia a Sua igreja por intermédio do Espírito Santo e os ensinos da Bíblia. Ele disse que o Seu reino não é deste mundo. Cristo era muito sábio e não deixou Sua obra na Terra nas mãos dos homens falíveis, cheios de opiniões pessoais. Ele enviou Seu próprio representante na Pessoa do Espírito Santo – a 3ª Pessoa da Trindade. Ele guia em toda a verdade com respeito às coisas que devem acontecer.
Ao subir para o Céu, Cristo passou a ocupar as seguintes posições do anulado sacerdócio terrestre:
(Efés. 4:8, 11-13): “Por isso, diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens.” “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo”
Cristo colocou apóstolos na igreja. Mas além de apóstolos, Ele pôs também profetas, que são homens ou mulheres por intermédio de quem Deus fala à Sua igreja. Evangelistas são os que estão espalhando o evangelho da salvação a multidões. Sua missão é cuidar da igreja de Deus na Terra, e levar a multidões o arrependimento.

O Juízo Investigativo

Como já vimos, no final do período dos 2.300 anos, em 1844, começou a purificação do santuário no Céu, ou seja o juízo investigativo que precede a Segunda Vinda de Cristo. Então, como foi predito pela mesma profecia de Daniel capítulo 8, a verdade do evangelho, que tinha sido lançada por terra, seria vindicada.
Em prosseguimento consideraremos outra profecia dada quase 600 anos mais tarde, por intermédio do apóstolo S. João, que diz a mesma coisa em linguagem diferente:
(Apoc. 14:6 e 7): “Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.”
Estes versos inspirados nos dizem claramente que o evangelho eterno seria pregado a todas as nações do mundo. Por quê? Porque vinda é a hora do Seu juízo. Este solene juízo começou em 1844 com Abel, o primeiro ser humano que perdeu a vida no mundo. E continua com todos os que morreram através dos séculos, chegando afinal até nós, os vivos. Oh! quantos estão deixando de se preparar para esta hora solene!
A Bíblia descreve o juízo. (Ver Dan. 7:9-14 e Apoc. 20:12; 3:5.) Deus está assentado em Seu trono. Em Sua presença está o Salvador, nosso Senhor Jesus Cristo, nosso Mediador. Milhões de anjos assistem em Sua presença nessa solene ocasião. O Livro da vida está aberto, no qual se encontram escritos os nomes de todos os que aceitaram a Cristo como Salvador pessoal. Durante o juízo o nome de todos é assinalado. Ao ser lido o nome, o anjo consulta os livros. Se verificam que todos os pecados foram perdoados pela graça de Deus, Jesus Se ergue e estende as mãos para o Pai exclamando: “Pai, Meu sangue por ele!” Este nome permanece no Livro da Vida.
Ora, o fato de o juízo ter lugar antes do fim do mundo, pressupõe que os homens não entram na bem-aventurança ou na condenação após a morte. Tão logo seja concluída a consideração do último nome na suprema corte do lugar santíssimo celestial, será pronunciado o decreto:
(Apoc. 22:11): “Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se.”
Imediatamente após este decreto final, as sete terríveis pragas cairão sobre a Terra, e o último conflito, do Armagedom, dará na 2ª vinda de Cristo a recompensa a cada um segundo as suas obras.
Deus vê a todos e conhece tudo. Devemos viver em todo o tempo como se na Sua santa presença. Muitos crêem que podem ocultar não somente dos homens, mas também de Deus. Mas o Céu tem o mais perfeito sistema de registro, alcançando o íntimo dos pensamentos e do coração humano. Mais cedo ou mais tarde todo pecado é descoberto, e algumas vezes pagamos na Terra mesma pelas injustiças cometidas.
Em certa vila do sul da Alemanha, no fim do último século, vivia um forte jovem ferreiro. Ele não sabia que sua esposa vivia em relações ilícitas com o mestre de sua oficina. Nas tardes o ferreiro se reunia com os outros amigos da vila para beberem numa taverna e discutirem sobre os acontecimentos do dia.
Uma tarde ele veio para a casa como de costume, aparentemente são e feliz. Na manhã seguinte toda a vila foi surpreendida com a notícia de sua morte súbita enquanto dormia. Como não fosse requerido atestado de óbito, o ferreiro foi sepultado no terceiro dia, segundo o costume. Algum tempo mais tarde a esposa se casou com o novo amor, o qual assumiu as responsabilidades da direção da oficina.
Vinte anos se passaram. Certa manhã, o coveiro foi ao cemitério abrir uma nova sepultura para ser usada nesse dia. Ao chegar à profundidade de uns tantos palmos, ele encontrou uns ossos, que pôs de lado para posteriormente levar à vala comum. Era hora do almoço, e assentando-se junto a uma lápide começou a comer. Alguns garotos chegaram ao cemitério e se aproximaram da sepultura aberta. Imediatamente começaram a gritar: “A caveira está mexendo!” O coveiro enxotou a meninada e decidiu ver o que acontecia. Surpreso verificou que um sapo estava dentro da caveira, procurando sair de sua estranha prisão. Levantando a caveira para libertar o sapo, o homem notou que um prego estava encravado no crânio, o que indicava que a pessoa ali sepultada tinha sido assassinada.
Ele era o coveiro da vila por mais de 30 anos, e agora se lembrava de que esta sepultura era a do ferreiro misteriosamente morto uma noite sem que tivesse estado enfermo. Levou então a caveira à polícia, que investigando descobriu o tenebroso crime. Quando a esposa do ferreiro foi chamada à polícia e lhe mostraram o crânio, ela quase desfaleceu. Ela e o atual marido confessaram que haviam assassinado o ferreiro quando este dormia, encravando-lhe um prego no crânio.
Durante um quarto de século este casal havia escondido o seu crime da população da vila, mas não puderam escondê-lo de Deus!
Se no mundo crimes secretos são descobertos e punidos, não será possível que os registos do Céu descobriram todas as ações?
Nenhum de nós pode ocultar um pecado sequer. É melhor, portanto, confessar nossos pecados a Deus, em tempo de podermos alcançar o perdão. O Senhor nos convida, dizendo: “Vinde a Mim, todos que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei.”
Por que não confessamos todos os nossos pecados agora, neste momento? Querem que eu ore a Deus para que Ele tire toda a má tendência, livrando-os do pecado?
Vamos então ficar de joelhos para a oração.
“Amado Pai, Te damos graças pela Tua verdade e pelo Teu amor, que permitiu Jesus morrer por nossos pecados. Tu nos garantes que não importa termos caído em pecado, mas que Tua graça é suficiente para todos nós. Ó Deus, Te suplicamos que perdoes nossos pecados. Hoje, pela fé no sangue de Cristo, levamos todas as nossas preocupações ao altar no santuário celestial, pedindo a Ti que quando nossos nomes forem considerados no juízo, não sejam apagados do Livro da Vida. Ajuda-nos a sempre desejar fazer o que é reto, como Tua Palavra o revela. No bendito nome de Jesus o pedimos. Amém.”
Pr. Walter Schubert

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