Isto pôs fim à controvérsia. O ateu sabia que dificilmente poderia encontrar doze pessoas que, graças ao ateísmo, produzissem bom fruto. Nesta conferência vou lhes apresentar preciosas provas da existência de Deus, por demonstrar Sua onisciência como se encontra revelada em sua maravilhosa cadeia de profecias agora sob consideração.
O livro do Apocalipse apresenta nesta sua cadeia profética o surgimento e queda dos impérios, e o nascimento e apostasia da religião verdadeira e das contrafações religiosas. Este livro retrata vivamente em seus últimos capítulos um mundo novo e melhor para a felicidade perpétua dos que procuram compreender as verdades eternas. Este é o pensamento expresso de maneira maravilhosa no primeiro capítulo do livro:
(Apoc. 1:3): “Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo.”
Deus chama “bem-aventurados” aos que ouvem e guardam as coisas escritas neste livro. Infelizmente alguns escritores e teólogos afirmam que o conteúdo do livro do Apocalipse não pode ser entendido porque tudo é simbólico. Mas a palavra grega “Apocalipse” significa “revelação”, indicando o seu próprio título que ele é:
(Apoc. 1:1) - “Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer.”
Portanto ele não é um livro selado nem incompreensível. É Satanás que procura fazer crer o contrário. Se ele pudesse levar os homens a crer que este livro não pode ser compreendido, seria a mesma coisa como se o livro não houvesse sido escrito.
Com esta breve introdução entramos no estudo da profecia dos quatro cavaleiros do Apocalipse. Encontra-se nos capítulos 5 e 6, e foi escrito cerca do ano 90 A. D.
Os Sete Selos
No quinto capítulo, verso 1, vemos que um anjo disse a S. João:
(Apoc. 5:1) - “E vi na destra do que estava assentado sobre o trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos.”
O fato de estar selado com sete selos revela que o conteúdo do rolo era muito importante, porque só documentos importantes são selados. O Pai Eterno depôs este documento selado nas mãos do Cordeiro de Deus que foi morto desde a fundação do mundo. Ele, por Sua vez, abriu os selos na presença de milhões e milhões de anjos da corte celestial, porque todos estavam na expectativa, aguardando saber o desenlace da luta final entre o bem e o mal, entre Cristo e Satanás.
O Primeiro Selo
Leiamos e analisemos o primeiro selo:
Apocalipse 6:1-2 - “E, havendo o Cordeiro aberto um dos selos, olhei, e ouvi um dos quatro animais, que dizia como em voz de trovão: Vem, e vê. E olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso, e para vencer.”
Foi um dos quatro animais que chamou a atenção de João para a abertura do primeiro selo. Vejamos primeiro que são esses quatro animais.
Em Ezeq. 10:20 encontramos a explicação deste simbolismo: “Estes são os seres viventes que vi debaixo do Deus de Israel, junto ao rio Quebar, e conheci que eram querubins.”
Portanto os animais representam querubins, uma exaltada categoria de anjos que cercam o trono de Deus.
O primeiro selo nos mostra um cavalo branco, e sobre ele um cavaleiro com um arco de conquistador. O cavalo, em profecia, segundo Prov. 21:31, simboliza lutas políticas ou religiosas.
A cor branca do cavalo simboliza, segundo o Livro Sagrado, a imaculada pureza da igreja divina. Em outras palavras, temos a descrição em símbolo do evangelho puro de Jesus Cristo como foi ensinado pelos apóstolos e pela bendita virgem.
O texto diz que o cavalo branco, a pureza do evangelho, e o cavaleiro, saíram vencendo e para vencer. Graças a Deus que a História confirma os triunfos da gloriosa igreja apostólica. A igreja cristã primitiva conquistou as forças pagãs que se lhe opunham, e milhões aceitaram a verdade pura do evangelho durante o primeiro século. Justo antes do seu martírio, o apóstolo Paulo confirmou este fato nas seguintes palavras:
(Col. 1:23): “Se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro.”
Esta é uma confirmação histórica de que o evangelho havia sido pregado a todo o mundo conhecido por ocasião do martírio de Paulo no ano 68. Era a corrida vitoriosa do cavalo branco, que teve início no ano 31 e foi até o ano 100, quando morreu o último apóstolo, S. João.
O Segundo Selo
Vamos agora à revelação e descrição do segundo cavaleiro:
(Apoc. 6:3 e 4) - ”E, havendo aberto o segundo selo, ouvi o segundo animal, dizendo: Vem, e vê. E saiu outro cavalo, vermelho; e ao que estava assentado sobre ele foi dado que tirasse a paz da terra, e que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada.”
O que monta este cavalo vermelho e que deveria correr o mundo então conhecido, tinha uma grande espada para matar.
A cor do cavalo – o vermelho – é símbolo do derramamento de sangue, e representa a era de perseguições dos cristãos pelos judeus bem como pelos romanos, cuja igreja pagã oficial via sua sobrevivência perigando em face do sucesso da igreja cristã como resultado dessas mesmas perseguições. Mas, ao mesmo tempo uma multidão de erros se introduziriam na igreja, sobrevindo a luta de facções em seu seio.
A despeito de todas as lutas e perseguições do segundo e terceiro séculos, Satanás não pôde alcançar o seu propósito de exterminar a igreja. Ao contrário, na expressão de Tertuliano, “o sangue dos mártires é semente da igreja”. A era do cavalo vermelho vai de 100 a 313. Esta data assinala o decreto de tolerância dos romanos para com os cristãos. Mais tarde o próprio imperador Constantino aceitou o cristianismo.
O Terceiro Selo
(Apoc. 6:5 e 6) - “E, havendo aberto o terceiro selo, ouvi dizer ao terceiro animal: Vem, e vê. E olhei, e eis um cavalo preto e o que sobre ele estava assentado tinha uma balança na mão. E ouvi uma voz no meio dos quatro animais, que dizia: Uma medida de trigo por um dinheiro, e três medidas de cevada por um dinheiro; e não danifiques o azeite e o vinho.”
Se o branco é emblema de pureza da verdade, o preto simboliza o oposto, isto é a apostasia e o erro. Quando Satanás viu que fora incapaz de destruir a igreja divina pela perseguição, mudou seus métodos. Procurou destruí-la pela apostasia. Isto teve melhores resultados. O imperador Constantino manifestou o seu beneplácito para com a igreja, e mais tarde professou sua fé. Grande estadista que era, logrou êxito em unir a igreja pagã com a cristã numa só grande igreja do Estado.
Eusébio, bispo de Antioquia, amigo e conselheiro religioso do imperador, desempenhou também grande parte na apostasia da igreja. Cumpriu-se então com este triste drama a profecia de Paulo sobre os bispos da Ásia Menor. (Ver Atos 20:28-30.)
Mais ainda, o mesmo apóstolo, em sua segunda carta aos Tessalonicenses, expõe a natureza da apostasia.
(II Tess. 2:1-4): “Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunião com ele, Que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto. Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.”
Havia alguns falsos pregadores no tempo de Paulo que ensinavam que o Senhor voltaria no seu tempo para salvar o mundo e estabelecer Seu reino eterno. E para melhor convencer o povo, eles mesmos escreveram cartas às igrejas sobre o assunto, assinando-as com o nome de Paulo ou de algum outro apóstolo. Essas são algumas cartas que hoje chamamos “apócrifas”, por serem de duvidosa inspiração.
Paulo pedia que as igrejas não se deixassem enganar com essas cartas facciosas. Antes da Volta de Cristo a igreja passaria primeiro pela grande apostasia, com o oponente da verdade reclamando adoração como se fora Deus. Analisemos, porém, de acordo com S. Paulo, a predição deste poder e sua duração:
(II Tess. 2:8): “E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda.”
Ele exerceria seu poder e domínio sofre as almas dos homens justo ao tempo da Segunda Vinda de Cristo; isto é, no fim do mundo o Senhor destruiria este poder apóstata com o resplendor de Sua vinda. Este poder facilmente é reconhecido por qualquer arguto observador de nossos dias.
Vejamos alguns atributos deste poder apóstata, segundo o verso 9: “esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira.”
Este poder é de origem satânica e não divina. Ele procuraria provar sua origem divina realizando milagres, curando os enfermos, etc. Lembremos que Satanás é um anjo caído, e tanto ele como a terça parte dos anjos que o acompanharam na queda podem realizar milagres. Ele arrasta as nações para o seu sistema de contrafação da verdade, sistema simbolizado pelo cavalo preto, fazendo-as crer que a verdade é mentira e a mentira verdade.
Notemos o que S. Paulo diz sobre isto:
(II Tess. 2:10 e 11): “E com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira.”
Todo aquele que não tem amor pela verdade e não deseja segui-la com verdadeira paixão, é deixado no erro. O que precisamos pedir a Deus é que nos dê um coração puro e sincero, para que conheçamos a verdade, o supremo tesouro do homem. O que tem fome e sede da verdade, obedecerá a Deus porque O ama e porque ama a verdade sobre todas as coisas.
A apostasia, que se desenvolvia muito lentamente, foi acelerada a partir do ano 313, quando Constantino outorgou favores à igreja cristã, até o ano 538, quando toda oposição a esta igreja foi subjugada pela força da espada, sendo sua autoridade completamente imposta. Satanás não pôde destruir a igreja pela perseguição indicada pelo segundo cavaleiro, mas obteve êxito induzindo-a à apostasia. Aqui Satanás triunfou.
O Quarto Selo
(Apoc. 6:8) - “E olhei, e eis um cavalo amarelo, e o que estava assentado sobre ele tinha por nome Morte; e o inferno o seguia; e foi-lhes dado poder para matar a quarta parte da terra, com espada, e com fome, e com peste, e com as feras da terra.”
A partir do ano 538 nova era começou para a igreja, desdobrando-se segundo a descrição do quarto cavaleiro.
Surge um cavalo amarelo. Esta cor (pálido, na versão inglesa) – é símbolo da morte, porque é a tonalidade da pele de quem está para morrer. O cavaleiro do cavalo pálido recebeu poder “para matar a quarta parte da Terra”. Foi cerca do ano 538 que isto ocorreu, quando a igreja apóstata, “em defesa da fé”, começou a exercer poder temporal sobre as nações da Europa, que bem representam a quarta parte da Terra, segundo a profecia.
Este poder levou os governos da Europa a perseguir os que não renunciassem sua fé na Santa Escritura e insistissem em permanecer na verdade do cavalo branco. Várias nações baixaram decretos rejeitando por lei qualquer crença contrária. Mas milhares e milhares preferiram a morte antes que violentar a consciência.
A História confirma que terrível perseguição dominou o mundo por mais de um milênio, sendo conhecida na História como a “Inquisição da Idade Média”. Muitos livros têm sido escritos sobre a história dos fiéis valdenses, albigenses e huguenotes, que durante este tempo foram mártires da fé.
O Quinto Selo
(Apoc. 6:9-11) - “E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? E foram dadas a cada um compridas vestes brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos como eles foram.”
Com o quarto selo termina a visão dos cavalos. Os últimos três selos, que são representados por meio de símbolos, revelam que os futuros acontecimentos não seriam de escopo universal.
Este selo primeiro mostra “debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da Palavra de Deus”. Antigamente eram sacrificados cordeiros sobre o altar como símbolo do futuro sacrifício e morte de Jesus Cristo para expiação do pecado e salvação dos homens. Agora seres humanos eram sacrificados sobre o altar de Deus pelo crime de traduzirem e fazerem circular a Santa Bíblia nas línguas comuns dos povos.
Com o advento da Renascença surgiram nas diferentes nações da Europa sacerdotes inspirados e impelidos pelo Espírito Santo, como Huss e Jerônimo em Praga, Wycliffe na Inglaterra e Martinho Lutero na Alemanha, os quais traduziram a “Palavra de Deus”, isto é, a Bíblia, nas línguas dos respectivos povos, tornando possível assim ao povo comum o estudo do Livro Santo. Isto produziu grande consternação entre muitos estudiosos que pela leitura do Livro Santo descobriram como a verdade pura de Cristo havia sido adulterada.
Com este despertamento desenvolveu-se por toda a Europa uma rebelião de caráter religioso. Muitos reconheceram que estavam vivendo em erro espiritual, e se dispuseram a retornar à prática das verdadeiras doutrinas da fé. Teve início então a Reforma e a contra-reforma. Cumpria-se com a perseguição que teve lugar contra os fiéis e que eram levados à morte, cumpriu-se, dizia, a profecia do quinto selo. Outra razão adicional poderosa para se confiar em Deus.
Os que foram mortos são descritos na profecia como estando vestidos de vestes brancas, símbolo de pureza e integridade de caráter. Portanto, embora alguns os considerem hereges, com a autoridade divina desta profecia afirmo que são santos. O que Deus diz é verdade; devemos rejeitar o que outros dizem deles sem a aprovação divina.
O Sexto Selo
Consideraremos agora o sexto selo. Ele nos apresenta sinais astronômicos predizendo a proximidade do fim da história do mundo com suas dores, pecado e morte. Eis o sexto selo:
(Apoc. 6:12-16) - ”E, havendo aberto o sexto selo, olhei, e eis que houve um grande tremor de terra; e o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue; E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte. E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares. E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo o servo, e todo o livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas; E diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro.”
Ao abrir Cristo o sexto selo, aparece uma série de espetaculares sinais anunciando sucessivamente a intervenção de Cristo na história do mundo.
Interessa-nos considerar este terrível TERREMOTO que teve lugar logo depois da Reforma e antes dos sinais astronômicos preditos. Este foi o indiscritível Terremoto de Lisboa em 1º de novembro de 1755. Este abalo sísmico sacudiu três continentes – Sul da Europa, Norte da África e Ásia Menor – mas teve seu epicentro em Lisboa. Ele destruiu 355 cidades e vilas e fez vítimas sem conta. Só em Lisboa pereceram milhares. Nunca a história do mundo conheceu um terremoto de tal magnitude.
O Escurecimento do Sol e da Lua
Lemos que o terremoto seria seguido pelo primeiro sinal astronômico da Volta de Cristo: o escurecimento total do Sol. Isto aconteceu 25 anos mais tarde, isto é, em 19 de maio de 1780, em grande extensão do hemisfério Norte. A alvorada pressagiava um belo dia. Mas subitamente, por volta das 9:30 da manhã, começou a escurecer. O povo sentiu-se temeroso porque a escuridão prevaleceu por todo o dia. As galinhas buscaram os poleiros; os pássaros desapareceram. Era impossível ler sem auxílio de luz. Os representantes do povo estavam reunidos, e alguns desejaram voltar a seus lares, para se reunirem com suas famílias, mas um deles se recusou, dizendo: “Senhores, se este é o fim do mundo, proponho que se tragam luzes e que continuemos com nossas deliberações, para que Deus nos encontre cumprindo o nosso dever.” Isto fizeram.
A Ciência do tempo não foi capaz de explicar o fenômeno do escurecimento do Sol nessa ocasião, sabendo apenas que não se tratava de um eclipse. Nós o reconhecemos como um sinal do Criador proclamando a Segunda Vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
Nessa mesma noite, 19 para 20 de maio de 1780, a Lua cheia não espargiu a sua luz. Ela apareceu como uma bola de sangue suspensa no escuro céu. Não havia estrelas visíveis. Isto também foi um exato cumprimento da profecia.
A Queda das Estrelas
O sinal seguinte seria: “As estrelas do céu caíram sobre a Terra.” (S. Mat. 24:29). A predição divina tornou-se realidade na noite de 12 e13 de novembro de 1833. Esse acontecimento é considerado em astronomia como “o maior chuveiro meteórico” da história do mundo. Foi testemunhado em grande parte do hemisfério norte.
O Manual of Astronomy, de Young, pág. 469, diz: “O número de meteoros foi estimado em 200.000 por hora durante cinco ou seis horas.” É maravilhoso como estes sinais astronômicos ocorreram exatamente na ordem predita por Jesus a Seus discípulos em S. Mat. 24.
Sim, os que deliberadamente ignoram e rejeitam as profecias bíblicas estão espalhados pelo mundo como ovelhas sem pastor – perdidos, famintos, e sem o conforto da verdade.
Não admira que esteja escrito em Prov. 29:18: “Não havendo profecia, o povo perece; porém o que guarda a lei, esse é bem-aventurado.”
Nenhum Lugar para Esconder
Leiamos a continuação do texto: (Apoc. 6:14): “E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares.”
Este evento introduz a própria vinda de nosso Senhor em glória. Na história dos sete selos, estamos ao presente vivendo entre os Vs. 13 e 14 deste capítulo. Há 2.000 anos foi descrita a reação da humanidade que estaria vivendo no tempo da Segunda Vinda de Cristo. É dito que os reis da Terra, os grandes militares, as multidões de toda esfera social não se renderia à vontade de Deus.
Em seu desespero final procurariam refúgio nas cavernas e pediriam que as rochas caíssem sobre eles. Antes eram arrogantes, negavam as profecias, rejeitavam o Decálogo, zombavam das advertências da mensagem. Agora, quando é demasiado tarde, em remorsos reconhecem o seu erro. O último juízo é um ato não natural da parte de Deus; mas é absolutamente necessário, pois o pecado não pode ser tolerado para sempre.
Exemplo do Dilúvio
A situação que prevaleceu no tempo do dilúvio repetir-se-á, segundo S. Luc. 17:26 e 27 – “E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem. Comiam, bebiam, casavam, e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos.”
Não é pecado o comer, o beber ou o casar-se. Estas são bênçãos que todo crente fiel tem direito de desfrutar. Mas o pecado consistiu no fato de que os antediluvianos viviam exclusivamente para estas coisas.
E não é certo, prezados amigos, que a humanidade hoje mostra a mesma disposição em relação à última mensagem de advertência antes da Volta de Cristo?
E não é certo, prezados amigos, que a humanidade hoje mostra a mesma disposição em relação à última mensagem de advertência antes da Volta de Cristo?
Passando por Alto o Capítulo Sete
Com isto, prezados amigos, chegamos ao fim do sexto capítulo de Apocalipse. Por hora desejo passar sobre todo o capítulo sete e analisar com vocês o capítulo 8, verso 1, e isto porque na realidade este verso devia ser o último do capítulo sete. A divisão dos livros da Bíblia em capítulos e versos foi feita no 15º século, por um monge, segundo o seu próprio juízo; portanto, a divisão em versos e capítulos não é inspirada.
O texto original não tem capítulos nem versos. Lembrem-se então que estou saltando o capítulo sete. Ele contém acontecimentos que deveriam ocorrer entre o último sinal astronômico – a queda das estrelas em 1833 e os eventos do capítulo 8, verso 1.
O texto original não tem capítulos nem versos. Lembrem-se então que estou saltando o capítulo sete. Ele contém acontecimentos que deveriam ocorrer entre o último sinal astronômico – a queda das estrelas em 1833 e os eventos do capítulo 8, verso 1.
O Sétimo Selo
Esta é a única descrição do sétimo selo, mas revela o mais dramático e sublime acontecimento do futuro. Visto que esta é uma profecia escrita em símbolo, precisamos recorrer a Ezeq. 4:6 para encontrar o valor do tempo profético de “quase meia hora”.
(Apoc. 8:1) - ”E, havendo aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu quase por meia hora.”
Em outras palavras, 24 horas representam um ano, ou doze meses. Logo, um mês representa duas horas. Assim uma hora profética representa meio mês, ou 15 dias. Meia hora representam, pois, 7½ dias. Mas lembrem-se de que a profecia diz “quase” meia hora, o que nos induz a crer que se trata de sete dias, ou uma semana.
Mas por que houve silêncio no Céu?
S. Mat. 25:31 revela o segredo: “E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória”
Este texto assegura que quando Cristo retornar virá acompanhado de todos os santos anjos. Primeiro, devemos ter em conta o número de anjos do Céu.
Em Apoc. 5:11, lemos a resposta: “E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões, e milhares de milhares.”
Portanto haverá um grande, inumerável exército escoltando o Senhor. Esta semana de “silêncio” no Céu é devida à ausência da hoste angélica. Parece que ninguém desejou permanecer no Céu quando veio o momento da Volta do Senhor para a completa redenção dos santos de Deus.
Este tempo profético de “quase meia hora”, significa que nosso Senhor necessita apenas de uma semana para deixar o terceiro Céu e viajar através dos mundos do espaço habitado, a fim de alcançar nossa pequena e miserável Terra.
Astronomia
Sabem que se pudéssemos viajar à velocidade da luz poderíamos fazê-lo à razão de 300.00 Km/seg.? Mas mesmo viajando nessa velocidade levaríamos vários milhões de anos para irmos da Terra ao Céu.
Eu creio que uma vez que nos tornarmos imortais em “corpo espiritual”, como o revela a Bíblia, estaremos aptos a viajar a velocidade de milhões de anos luz por segundo, e assim alcançarmos o Céu com Jesus no curto espaço indicado pela profecia.
Eu não desejo faltar a esta viagem. Quero estar entre os ressuscitados, ou entre os trasladados vivos, que acompanharão o Senhor nessa maravilhosa viagem através de galáxias e sistemas do universo. Desejo alcançar a cidade eternal de Deus.
Assim, o sétimo selo representa a real vinda de nosso Senhor Jesus Cristo em glória e majestade com todos os santos anjos, com o único propósito de redimir os fiéis.
A Mensagem do Selamento
Você se lembra de que passei do fim do sexto capítulo do Apocalipse 6 para Apocalipse 8, verso 1. Naturalmente, os acontecimentos preditos no capítulo 7 têm o seu cumprimento no período compreendido entre os sinais astronômicos que predisseram o fim e a própria Volta do Senhor. O capítulo 7 descreve parcialmente os fatos que deverão verificar-se hoje, porque estamos vivendo nesse solene tempo. Estudemos o capítulo 7:
(Apoc. 7:1): “E depois destas coisas vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma.”
A quatro anjos que estão sobre os quatro cantos da Terra – Norte, Sul, Leste e Oeste – foram dadas ordens para que retivessem os ventos de soprar sobre a Terra, para que ela não fosse destruída. Ventos, segundo Jer. 25:32, simbolizam guerras e destruição. Em outras palavras, podemos ver profeticamente descrita a vinda de uma guerra em que participariam as nações dos quatro cantos da Terra. De acordo com a profecia de Apoc. 16:12-16, esta guerra é chamada “Armagedom”.
Por que retarda Deus esta última guerra? Podemos ver a razão disto em Apoc. 7:3 – “Dizendo: Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que hajamos assinalado nas suas testas os servos do nosso Deus.”
Que significa selar em suas testas os servos de Deus?
Encontramos a explicação em Efés. 1:13 – “Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa.”
Os filhos de Deus são selados com o Espírito Santo. Obedecem, portanto a Sua voz. Não desejam mais seguir suas próprias opiniões ou inclinações. Não se importam com o que o povo possa dizer, mas obedecem a Deus, sejam quais forem as conseqüências.
Em Heb. 10:15 e 16, lemos: “E também o Espírito Santo no-lo testifica, porque depois de haver dito: Esta é a aliança que farei com eles Depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seus corações, E as escreverei em seus entendimentos.”
Sim, os que são selados pelo Espírito Santo reconhecerão e serão reconhecidos na Terra como os que guardam os mandamentos de Deus. Eles têm o coração cheio de amor por Deus e vivem em harmonia com os dez mandamentos.
O Selo de Deus
Mas, em qual dos mandamentos é o selo de Deus encontrado? Não no primeiro, nem no segundo, ou terceiro, ou quinto, etc., mas no quarto mandamento, o sétimo dia da semana – o sábado.
Nenhum documento de importância é válido sem que esteja selado, ou chancelado pelo presidente da república ou pelo rei. O selo de um governante em geral inclui três coisas: seu nome, a posição que ocupa e o território de sua jurisdição. No quarto mandamento, lemos:
(Êxo. 20:8-11): “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o SENHOR o dia do sábado, e o santificou.”
Neste mandamento encontramos primeiro o nome do governante: Deus; em segundo lugar Sua posição: Criador; e finalmente Sua jurisdição: céus e Terra.
Sob este aspecto lemos em Ezeq. 20:12 – “E também lhes dei os meus sábados, para que servissem de sinal entre mim e eles; para que soubessem que eu sou o SENHOR que os santifica.”
O profeta assevera enfaticamente que o selo de Deus é encontrado na observância do sábado. Tal observância reconhece que Deus constitui a única e suprema autoridade sobre a vida de todos os seres. Além do mais, o sábado é sinal entre Deus e Seus filhos, pelo qual Ele pode identificá-los.
Anos atrás, um evangelista fez uma viagem ao sul do Chile, para visitar um membro de nossa igreja chamado João Rebolledo, proprietário de uma padaria. Ele não conhecia seu endereço. Procurou durante quase duas horas. Perguntou a policiais e a outras pessoas na rua sobre onde este homem morava. Ninguém sabia informar, de modo que decidiu continuar a viagem. Como último recurso, decidiu perguntar ao bilheteiro da estrada de ferro.
– Você conhece a João Rebolledo, proprietário de uma padaria?
– Não, senhor – foi a resposta.
– Não, senhor – foi a resposta.
Ele se lembrou-se de alguma coisa que podia ajudar, e disse:
– Este homem não trabalha aos sábados; ele fecha o seu estabelecimento neste dia.
– Este homem não trabalha aos sábados; ele fecha o seu estabelecimento neste dia.
Quando ele disse isto, o jovem exclamou:
– Oh, sim, este homem que fecha o estabelecimento nos sábados mora na rua tal e tal.
– Oh, sim, este homem que fecha o estabelecimento nos sábados mora na rua tal e tal.
Sim, meus amigos, a identificação foi fácil porque o homem guardava o santo sábado. Os que estão selados pelo Espírito Santo atrairão a atenção de multidões.
Devemos lembrar uma vez mais que no espaço de tempo entre o último sinal astronômico e o silêncio no Céu por “quase meia hora” o evangelho seria pregado de novo a todo o mundo, chamando os homens ao arrependimento. Isto significa que os filhos de Deus permitirão que o Espírito Santo escreva em seus corações a lei de Deus e sejam assim selados com o selo de Deus.
Leiamos de novo a maravilhosa profecia de
Apoc. 14:6, 7 e 12 – “E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo. Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.” “Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.”
A profecia sobre o selamento dos fiéis com o selo de Deus sob o sexto selo, segundo Apocalipse 7, está agora sendo cumprida no mundo.
Mas voltemos a Apoc. 7:1-3. Deus não permite que os quatro anjos deixem que os ventos da última guerra total soprem sobre a terra e o mar, até que os que desejarem se tornar filhos de Deus sejam selados.
Não é verdade, amigos, que muitas vezes quando estudamos os espantosos acontecimentos mundiais de hoje, somos levados a admitir que a próxima guerra o Armagedom possa estourar a qualquer momento? Um dia parece como se a guerra estivesse para começar; no dia seguinte a pomba da paz aparece, mas no outro já de novo surge o rumor de guerra. Sim, quase vemos os quatro anjos permitindo que os ventos soprem.
Alguns dos grandes diplomatas do mundo dão a si mesmos o crédito de terem sido capazes de aliviar a tensão mundial e evitar a guerra com teleguiados. O crédito pertence unicamente aos quatro anjos que atuam sobre a consciência dos governantes para que busquem a paz, a fim de que a igreja termine a sua missão antes da vinda do Filho de Deus.
Com esta guiadora luz da verdade, o Senhor convida vocês a se deixarem selar com o selo de Deus em suas frontes. Ele os convida a deixarem o erro e as falsas filosofias. Não desobedeçam este chamado. Seria loucura rejeitá-lo.
Conclusão
Lembro-me muito bem de uma senhora que ouviu este convite numa série de conferências. Ela se sentiu impressionada pelo Espírito a pôr sua vida em harmonia com a divina vontade e a santificação do sábado. Era contadora numa repartição pública. Seu chefe, segundo ela, era inimigo desta bendita verdade. Ela estava certa de que ele jamais lhe permitiria o sábado livre.
O pastor orou com ela para que o Senhor realizasse um milagre com seu superior, levando-o a permitir-lhe a santificação do sábado. Aconselhei-a a ir e falar-lhe que dali em diante queria servir a Deus em toda a verdade, e que desejava viver uma vida em harmonia com os Dez Mandamentos, inclusive o sábado. Sugeri-lhe que se dispusesse a fazer horas extras à noite ou nos domingos para compensar as do sábado.
No dia seguinte ela falou de seu problema ao secretário. Este pediu-lhe que fixasse o problema em suas mãos, pois ele poderia melhor influenciar o chefe. Depois de falar longamente com este, o secretário voltou e disse-lhe: “Tudo está arranjado; pode ter os seus sábados livres.”
Sim, meus amigos, Deus tem poder para mudar o coração do mais alto chefe, se for preciso, para socorrer os Seus fiéis. Entreguem a sua vida ao Senhor, e estejam preparados para com Jesus, os anjos e todos os santos, fazer aquela maravilhosa viagem através das galáxias do Universo até o terceiro Céu, onde vocês viverão em completa felicidade.
Que Deus os abençoe.
Pr. Walter Schubert
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